As pessoas que chegam à capital federal vêm em busca de trabalho no setor público, segundo um estudo divulgado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) nesta segunda-feira (6/5). O cenário é diferente do período da construção de Brasília, quando os migrantes chegavam para ocupar vagas na construção civil.
Outra mudança ocorreu no gênero predominante dentre aqueles que decidem morar na capital do país. Há cinco décadas, a maioria era masculina. Hoje, a situação se inverteu: as mulheres, com uma diferença pequena, constituem a maioria (52,2%). A pesquisa revela que, em 1960, 65,8% dos habitantes do DF eram homens. Nesse período, a população era bastante jovem, com 43% nas idades entre 15 e 29 anos. Quando se considera a faixa dos 15 aos 39 anos, o percentual era de 52%.
Em 2010, o serviço público detinha 86% das vagas disponíveis no mercado de trabalho. Nos grupos etários entre 20 e 49 anos, concentravam-se 79,7% dos empregados nas atividades terciárias. Atualmente, o setor terciário, que inclui uma grande quantidade de postos de trabalho nos órgãos estatais, é um fator de atração determinante para o movimento de imigração a Brasília. "O perfil dos que buscam Brasília é bem diferenciado, tendo em vista que o foco de atração também é outro", informa o documento que analisou a migração para o DF desde antes de sua inauguração até a atualidade.
Outro dado importante é o crescimento da população nascida no DF. Em 1991, cerca de 53% dos moradores da cidade eram migrantes. Até 2010, o percentual se inverteu, e quase 54% dos habitantes da capital eram brasilienses natos.