O Lago Paranoá servirá como fonte de abastecimento de água para cerca de 600 mil pessoas nos próximos anos. Até hoje usado apenas para lazer e geração de energia elétrica, o espelho d;água, um dos mais famosos cartões-postais de Brasília, surgirá como solução para a crescente demanda de captação e consumo por parte da população. A alternativa começou a ser estudada em 2005, quando a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) identificou a vazão de 8 metros cúbicos por segundo (m;/s) nas barragens do Rio Descoberto e de Santa Maria e Torto. Essa quantidade representa não só a necessidade dos moradores de todo o DF como o limite produzido pelas duas fornecedoras da região ; elas alcançaram o ápice da capacidade nos últimos sete anos e continuarão a ser exploradas.
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A resposta definitiva para a questão veio com a proposta de construir mais duas estações de captação da água no DF. A Caesb estudou 20 possibilidades e optou por duas: a de Corumbá e a do Paranoá. A última está mais perto de se tornar realidade a partir da liberação dos recursos pelo governo federal em março. Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), serão investidos R$ 400 milhões no sistema de abastecimento do lago.
A iniciativa envolve a construção de uma estação de captação às margens do Paranoá, no Parque Ermida Dom Bosco; de outra de tratamento no Parque Bernardo Sayão, atrás da QI 27 do Lago Sul; além de 44,5km de tubulações para transportar a água. Também serão ampliados e erguidos nove reservatórios, espalhados por Itapoã, Paranoá, Colorado, Sobradinho, Lago Sul, Jardim Botânico, São Sebastião, Mangueiral e Tororó. Desse total, quatro são novos, e cinco passarão por reformas.
Dessa forma, serão beneficiados 600 mil habitantes, sendo 300 mil só em Sobradinho, região administrativa que hoje carece de abastecimento e abriga grande parte dos moradores de condomínios. Pelo tamanho e pela capacidade, o lago tem condições para o fornecimento. Em uma primeira etapa, a futura estação da Ermida Dom Bosco poderá captar 2,1 m;/s de água, chegando a 2,8m;/s em uma segunda fase, após aperfeiçoamentos. Isso significa aumento de mais de 35% no atual abastecimento do DF.