Jornal Correio Braziliense

Cidades

Sem solução, moradores improvisam proteção para bueiros abertos

Defesa Civil pede para a população não ficar próximos a bocas de lobo quando ocorrer enxurradas



Enquanto o governo não toma providências para resolver os problemas das bocas de lobo, a própria comunidade dá seu jeitinho. Na Quadra 1 do Setor de Chácaras do Setor Habitacional Arniqueiras, em Taguatinga, o dono de um supermercado montou uma superestrutura em volta do bueiro para evitar acidentes com seus clientes. ;A boca de lobo é enorme, então essa foi a solução;, diz Washington Luís Amorim, 39 anos.

;Nos assustamos quando começamos nosso negócio aqui e ficamos com medo de os clientes sofrerem algum acidente. Por isso, colocamos as grades e construímos esse corrimão em volta, para chamar atenção das pessoas e não deixá-las nem chegar perto do buraco;, explica a mulher do comerciante, Dorilene Pereira dos Anjos, 28. Eles calculam ter desembolsado mais de R$ 200 para montar a proteção.
[SAIBAMAIS]
Na Avenida Central da Expansão do Setor O, o aposentado Geraldo Rocha, 65 anos, montou uma grade de proteção para a boca de lobo que fica em frente a sua casa. Na QNO 19, os moradores se revezam para limpar os bueiros. ;Combinamos que cada vez um de nós tem que tirar o entulho de dentro;, diz Roberto Moreira, 43.

Em análise
Por enquanto, os pedidos dos moradores para colocação de grades ou vergalhões nas bocas de lobo não serão atendidos. A Novacap ainda não se posicionou sobre possíveis providências para reverter problemas ocasionados pelos bueiros. Por meio de nota, a empresa destacou que ;lamenta profundamente o incidente; em Planaltina, na última segunda-feira, e diz aguardar o laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML), documento que apontará oficialmente a causa da morte de João Vitor Guimarães, 6 anos. ;Somente após o laudo do IML será possível responder, com precisão, se a criança passou pela boca de lobo e se há necessidade de outras providências por parte da companhia, com relação ao sistema de drenagem pluvial da cidade;, destacou a nota.

O subsecretário de Operações da Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, faz um alerta para a população: ;Em caso de chuva forte, não passem nas correntezas. Porque a pessoa pode até mesmo cair da altura e isso a machuca e pode arrastá-la, tendo em vista que a força da água é muito forte.;