Algumas participaram do elegante baile de inauguração da capital, no Palácio do Planalto, em 21 de abril de 1960. Outras tiveram de se contentar com a poeira dos acampamentos e o improviso das casas de madeira. Das ricas esposas de importantes políticos às simples companheiras dos candangos anônimos, as primeiras mulheres a pisarem no Planalto Central tiveram um papel importante ; e quase esquecido ; na construção de Brasília. Para resgatar a saga dessas personagens, protagonistas silenciosas de um importante período histórico do país, a economista Tânia Fontenele organizou a exposição Memórias femininas da construção de Brasília, que será aberta amanhã, no Museu Nacional dos Correios.
O acervo inédito é composto de documentos históricos, cartas, objetos pessoais e imagens raras das primeiras edificações da cidade e das experiências vividas por mulheres adultas e crianças. Ao entrar na sala de exibição, o público voltará no tempo com o cenário de canteiro de obras e de barracos de madeira, que reproduzirão o modo de vida dos candangos.