O atendimento a usuários de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas no Distrito Federal aumentou 18% desde o início de um projeto envolvendo diversas secretarias de Governo, em 2011. A estrutura, coordenada pelas secretarias de Saúde e de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, já instalou cinco Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) e deve instalar mais cinco até junho deste ano.
O secretário de Justiça, Alírio Neto e o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, deram entrevista nesta quarta-feira (3/4) para falar sobre o assunto. Segundo Neto, o DF tem hoje "a melhor estrutura do país", proporcionalmente à sua população, para esse tipo de atendimento. Desde 2011, foram ministradas palestras para conscientização sobre o problema para 180 mil alunos da rede pública de ensino, além da distribuição de adesivos para carros e panfletos, em parte patrocinados por empresários.
Dos 10 Caps que estarão funcionando até o final do semestre, cinco vão prestar acolhimento transitório e dois vão funcionar 24 horas por dia. Cada um é preparado para atender de 10 a 15 pessoas. Neto afirmou que no DF a questão dos viciados em drogas "é tratada dentro do que a legislação prevê", não se fazendo ; como no Rio de Janeiro e em São Paulo, recolhimento compulsório nas ruas. As abordagens são para atendimento na área da saúde e educacional e o viciado é conduzido de forma voluntária. Quando há despacho judicial, no entanto, a pessoa é levada para atendimento de forma compulsória.
Depois da ida a um ambulatório do CAP, as famílias dos pacientes são procuradas pela área de atendimento social, que presta orientações sobre reinserção social e profissionalização do paciente. No DF, a rede terapêutica destinada a esse público oferece mil vagas, segundo o secretário da Saúde. O secretário de Justiça afirmou que o atendimento deve aumentar com a instalação dos novos Caps e acredita que no final do governo local, no próximo ano, "a sociedade poderá contar com números muito importantes de atendimento".
Em setembro próximo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) vai divulgar os números dos usuários de droga no Distrito Federal (DF). A população de rua do DF é estimada hoje em 2,5 mil pessoas, segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB). Desse total, 45% declara que usa drogas, não sendo necessariamente dependentes. Os principais vícios são o tabaco, a bebida alcoólica e a maconha. O consumo de crack envolve menos de 5% das pessoas que moram na rua, segundo a UnB.