Um grupo de cerca de 100 pessoas, segundo levantamento da reportagem, protestou nesta quinta-feira (14/3) no Palácio do Planalto pedindo ampliação do financiamento público para tratamento de pacientes de doença crônica renal. Os manifestantes aproveitaram o Dia Mundial do Rim, comemorado nesta quinta-feira, para entregar um documento com 20 mil assinaturas apresentando os problemas do atendimento aos cerca de 90 mil pacientes de diálise em todo o país.
[SAIBAMAIS]Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de disfunção renal. A taxa de prevalência é 50 casos para cada 100 mil habitantes.
Do total de doentes, cerca de 90 mil tem acesso à diálise, o principal tratamento para a doença em estágio avançado. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálises e Transplantes, Paulo Luconi, esse número deveria ser , pelo menos, 160 mil pacientes, mas como o acesso ao tratamento é difícil, grande parte dos doentes em estágio avançado morre. ;O paciente que tem necessidade de diálise e não faz, morre. Quem não consegue vagas, acaba morrendo;.
Segundo Luconi, o número de pacientes que fazem diálise no Brasil está estagnado e não avança porque o repasse feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às instituições que oferecem o tratamento está abaixo do valor real do serviço. ;O principal tipo de diálise do Brasil é a hemodiálise. Para cada sessão, o SUS paga R$ 169, mas cada uma custa R$ 226 para os prestadores. Então, o número de pacientes está estagnado, o Brasil não cresce o número de pacientes de diálise porque o pagamento do Ministério da Saúde é insuficiente;, disse.
O grupo queria entregar a lista de assinaturas à presidenta Dilma Rousseff, mas foi recebido por um assessor da Secretaria-Geral da Presidência, que se comprometeu a encaminhar o documento à presidenta e marcar uma reunião entre os manifestantes e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para a próxima semana.