Jornal Correio Braziliense

Cidades

Jovens cientistas usam robótica e tecnologia para ajudar idosos

Os cientistas são crianças e adolescentes com idade entre 9 e 14 anos, que representam colégios públicos e privados de todo o país no Torneio de Robótica First Lego League



Orientados por técnicos e mentores, os adolescentes fazem pesquisa social e tecnológica para desenvolver protótipos que poderiam ter saído de qualquer universidade. Estudantes de um colégio estadual em Santa Rita do Sapucaí (MG) desenvolveram uma dupla de relógios em que a variação de pressão no idoso aciona alarme na unidade que fica com seus filhos ou responsáveis. A localização é enviada por GPS.

;A proposta vai ao encontro da demanda do Brasil por mão de obra qualificada em tecnologia, que está sendo importada. Queremos despertar o jovem para esse mundo;, explica Marcos Wesley, do Instituto Aprender Fazendo. A cada ano, além de torneios que testam a agilidade na operação de robôs, os participantes têm que apresentar projetos voltados para a melhoria da sociedade em que vivem. Neste ano, foi a vez da terceira idade.

No estande de Catalão (GO), estudantes apresentam um relógio diferente para os esquecidos. Os alarmes são programados para avisar sobre remédios e dosagens que devem ser ingeridos. Símbolos substituem os números na opção pensada especialmente para analfabetos. ;Pela nossa pesquisa, entendemos que o idoso tem suas limitações, mas quer ser independente;, explica Luiz Dias, técnico da equipe.

O grupo que representa o Rio de Janeiro (RJ) apostou em um mecanismo que lê ondas cerebrais para movimentar objetos. ;Pode ser usado para assentos e camas subirem e descerem, ajudando idosos com problema no joelho ou de locomoção;, explicam. Embora todas as ideias pareçam dignas de prêmio, apenas três das 60 equipes disputarão torneios na Europa e nos Estados Unidos.

Envolvido com o projeto há quase dez anos, César Barscevicius, 20 anos, diz que o torneio criou uma nova geração de jovens que vivem pesquisa e tecnologia o ano todo. ;O brasileiro se destaca. Por não termos tantos recursos, acabamos usando mais a criatividade;, diz ele, que ganhou campeonato na Europa em 2010.

Todos os estudantes ouvidos pela Agência Brasil disseram que pretendem seguir na área de tecnologia, especialmente pela possibilidade de bons empregos e de ;criar coisas novas que não precisam de manual;.