postado em 18/02/2013 21:36
O brasiliense Marcelo Valle Silveira Mello foi condenado pela Justiça Federal, Seção Judiciária do Paraná, a seis anos e sete meses de prisão em regime semiaberto, além de multa de aproximadamente R$ 4 mil, pelos crimes de indução à discriminação ou preconceito de raça; incitação à prática de crime; e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente. O analista de sistemas foi preso em Curitiba, em março do ano passado, na Operação Intolerância, da Polícia Federal. Ele e o comparsa, Emerson Eduardo Rodrigues, mantinham um site que pregava o ódio a negros, nordestinos, judeus, gays e mulheres.
Marcelo vai cumprir pena em regime semiaberto, mas como ainda cabe recurso, a prisão preventiva foi mantida. Assim, ele continua preso na Penitenciária de Piraquara (PR) até não poder mais recorrer da decisão judicial.
A sentença do juiz federal substituto Tiago do Carmo Martins corria em segredo de justiça, mas foi divulgada ilegalmente na internet. Além do veredito, vazaram as transcrições dos depoimentos dos réus e das testemunhas de defesa. A Justiça Federal investiga quem teria publicado os vídeos sem autorização.
Diante do tribunal, Marcelo negou as acusações. Ele afirmou que foi %u201Ccontratado por pessoas na internet para hospedar o site%u201D e que desconhecia o conteúdo da página. %u201CEu não tenho conhecimento de tudo que meus clientes fazem.%u201D O brasiliense disse que era pago pelo serviço por uma pessoa identificada apenas como Ministro Claudio. Quando questionado sobre o motivo de a página ser hospedada nos Estados Unidos, Marcelo afirmou que era por ser mais barato e não para despistar possíveis investigações policiais. Apesar das negativas do réu, o juiz acatou as denúncias do Ministério Público segundo as quais o réu alimentava e controlava a página de ódio.
Além de manter a página com conteúdo misógino, ele e Emerson são acusados de planejar uma chacina de estudantes do curso de Ciência Sociais da Universidade de Brasília. Com Marcelo Valle, a PF encontrou o mapa de uma casa no Lago Sul onde são realizadas festas universitárias. Foram confiscados mais de R$ 500 mil da conta do brasiliense. O dinheiro viria de doações de simpatizantes da %u201Ccausa%u201D defendida por Marcelo e serviria para financiar o atentado. O caso ainda será julgado, mas Marcelo foi questionado sobre o ódio contra alunos da UnB. Ele negou ter qualquer problema com os estudantes. %u201CEu estudei lá por um breve período, em 2005. Se existe alguém que tem algo contra mim lá, eu, pelo menos, não tenho nada contra ninguém%u201D, afirmou.
Confira a reportagem da TV Brasília
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