Após denúncias anônimas, policiais civis de Luziânia encontraram o corpo da empresária Cleonice
Marinho de Araújo, 44 anos, carbonizado dentro do carro dela, na BR-251. Ela estava desaparecida
desde a tarde da última terça-feira. Dois suspeitos estão presos e agentes procuram outras duas
pessoas que teriam relação com o crime. Segundo familiares, os supostos sequestradores não fizeram
nenhum saque da conta da mulher, não houve nenhum pedido de resgate e teriam levado apenas as rodas
do veículo. A estudante Juliana Lucena, 18, sobrinha da vítima, conversou com a reportagem e disse
que primos reconheceram Cleonice. A apuração do crime está a cargo do Grupo de Investigação de
Homicídios do município goiano.
Na tarde de terça-feira, a empresária, proprietária de
uma lanchonete e de uma locadora, foi à casa de uma funcionária entregar as chaves dos
estabelecimentos. A empregada deveria abrir os pontos comerciais no dia seguinte. Segundo Juliana, a
mulher relatou que ouviu Cleonice buzinar e teria entrado na residência para pegar a chave do
portão. Quando voltava, viu o veículo da vítima arrancando, supostamente, com outras pessoas. A
testemunha não soube dizer, no entanto, se, quando a comerciante chegou, já estava com acompanhantes
no carro. "Ela tinha um encontro com uma sobrinha, mas não apareceu. Começamos a ficar preocupados",
relatou a jovem.
O marido de Cleonice, o funcionário
público Gilberto Macedo, idade não informada, saiu durante a noite para procurar a mulher, mas não a
encontrou. Tentou dar queixa do desaparecimento na Delegacia de Polícia de Valparaíso, mas também
não conseguiu. Somente no fim da manhã de quarta-feira, cerca de 24 horas após o desaparecimento,
agentes registraram a ocorrência. "Antes de desaparecer, ela não esboçou nenhuma reação anormal. Não
devia a ninguém. Não esperávamos por isso. Os filhos dela têm 15 e 18 anos, e estão muito mal. O
marido dela está abalado também. Estamos todos em choque. Não conseguimos acreditar", lamentou
Juliana.
Parentes souberam da morte da mulher na manhã de ontem. Para Juliana, a polícia
demorou a agir. Segundo ela, a notícia do assassinato da tia só surgiu após os familiares divulgarem
o desaparecimento na imprensa. Há indícios de que a mulher teria sido queimada em outro local e
depois levada para o carro. Ela tinha uma marca de disparo de arma de fogo no pescoço.