Donos da maior renda per capita do país, os brasilienses são também os que mais gastam. A capital federal lidera o ranking do potencial de consumo individual, elaborado pelo Correio com base no IPC Maps 2012. Neste ano, o consumo local deve alcançar a cifra de R$ 61,2 bilhões. É como se o poder de compra de cada morador, no período, fosse de R$ 23,8 mil, valor quase R$ 10 mil superior à média nacional. Santa Catarina, a segunda colocada, registra potencial de R$ 18,7 mil por habitante.
O cenário ajuda a explicar os investimentos milionários feitos nos últimos anos no Distrito Federal, sobretudo nos setores de comércio e serviços. A aposta do mercado reflete uma disputa cada vez mais agressiva pelo público consumidor candango. E não é por menos: quatro em cada 10 domicílios do DF pertencem às classes A e B. Entre as capitais, essa proporção de residências com a renda mais alta praticamente se iguala à de Curitiba e só é menor do que a de Porto Alegre (45%).
Com o professor de dança Luciano Cardoso, 31 anos, a percepção se confirma. Quando sobra dinheiro no mês, o morador de Vicente Pires gasta mesmo. Ele evita abusar do cartão de crédito, tenta escapar ao máximo dos longos parcelamentos, mas dificilmente se livra das despesas extras. Neste ano, desembolsou cerca de R$ 3 mil só com artigos de paintball. ;Busco me controlar, mas, se estou com grana, pego e compro coisas para mim ou para casa;, confessa.