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Santa Lúcia admite falta de médicos e tratamentos podem ser interrompidos

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantil do Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, passa por problemas como a falta de médicos específicos para o cuidado de bebês que precisam de atenção especial nos primeiros meses de vida. Segundo a rede, o centro de saúde tenta buscar profissionais no mercado que atendam aos rígidos requisitos necessários para atuação, mas ressalta a falta de médicos em todas as subespecialidades da pediatria, em especial a intensiva.

O problema tem preocupado os pais que buscaram auxílio na rede. Segundo o servidor público Olavo Rodrigues, que tem um casal de gêmeos recém-nascidos internado, a administração do Hospital pediu para as famílias que têm filhos na UTI neonatal e pediátrica para que transfiram as crianças para outros hospitais. Como explicação, os funcionários disseram que a unidade ficaria sem médicos suficientes do dia 15 deste mês até o dia 5 de janeiro.

Os filhos de Rodrigues nasceram com apenas 26 semanas de gestação e precisam receber cuidados médicos até alcancarem o peso ideal para receber alta. "Meus filhos nasceram com menos de 1,5kg e o menino tem paradas cardiorespiratórias repetidamente. A última crise foi no último domingo (9/12). Não tem condições de eles serem transferidos", disse, indignado.



De acordo com o pai, o hospital não faz partos desde o dia 1; de dezembro para evitar que as crianças sejam internadas nas UTIs. Segundo ele, cerca de dez crianças estão no local.

Ao servidor, foi informado que os médicos das Unidades de Terapia são contratados de uma empresa conveniada ao hospital. O Santa Lúcia está em processo de venda.

Em nota, a assessoria do hospital não confirmou o pedido de transferência do bebê, mas reconheceu a falta de profissionais. No documento, eles dizem que tem o interesse de dar continuidade nas assistências prestadas e que a unidade tem atuado fortemente para resolver a questão. O grupo defende ainda que a situação tem sido acompanhada pela Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal (Prodecon/MPDFT).

O hospital se dispõe ainda a prestar quaisquer esclarecimentos e apoio necessário aos pais das crianças que estão internadas.

Confira a reportagem da TV Brasília

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