O Correio teve acesso a prontuários e vídeos que revelam a ausência de médicos auxiliares em centros cirúrgicos. Em uma das imagens, supostamente gravadas no Hospital Anchieta, em Taguatinga, um médico determina quais os comandos uma mulher deve executar. Ela só tem o curso de técnico e sua única função deveria ser abastecê-lo com instrumentos, como bisturis e pinças.
Sem a presença do médico auxiliar na sala, fica a cargo de um profissional sem preparo dar segurança e estabilidade ao paciente, além de separar órgãos e posicionar tecidos. Há ainda suspeita de falsificação de documentos para omitir a fraude nos hospitais. Segundo o Sindicato dos Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate), ao preencher o formulário em que o médico detalha o que ocorreu na cirurgia, o nome de um segundo cirurgião sempre é inserido, justamente para esconder a irregularidade.