Jornal Correio Braziliense

Cidades

Apenas 30% dos presos do sistema carcerário do DF trabalham ou estudam

Glaucimar Ferreira Santos, 34 anos, não gosta de falar do passado. Prefere vislumbrar o futuro como empresário. Há cinco anos preso, ele se destaca dos outros 11,2 mil homens e mulheres que cumprem pena no sistema carcerário do Distrito Federal. É o único a cursar faculdade. Em 2008, passou em primeiro lugar entre os detentos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Pela nota elevada, conquistou uma bolsa e hoje está no 7; semestre do curso de administração, feito em uma instituição particular de Taguatinga. No próximo ano, ele se forma.

Mas Glaucimar é uma exceção. A realidade mostra que, mesmo quando se trata do ensino fundamental, é baixa a quantidade de presos matriculados. Atualmente, apenas 30% dos condenados estudam ou trabalham. Na última reportagem da série ;Diário da Papuda;, o Correio conta histórias de quem transformou o ócio em conhecimento.

O estudo de Glaucimar é diferenciado. A irmã dele, Glaucenira Ferreira Santos, 42 anos, duas vezes por semana, vai à instituição de ensino superior. Ela assiste às aulas, anota e grava todo conteúdo ministrado pelos professores. Depois, o material didático e o CD com o vídeo são entregues a Glaucimar. Antes de chegar às mãos dele, tudo é vistoriado pela vigilância do presídio.

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