A vida na QNN 1 de Ceilândia Norte perdeu para o crack. A quadra antes movimentada, com crianças correndo pelas ruas estreitas e idosos batendo papo nas calçadas, agora mais parece uma região fantasma. A comunidade pobre abriga a maior cracolândia do Distrito Federal, onde viciados de todas as idades escolheram as galerias de esgoto para morar. O lugar ficou conhecido como Bueiro do Crack (veja Memória). A situação incômoda tem provocado uma saída em massa da região. Numa volta pelas vias malcuidadas, é possível ver dezenas de casas à venda. São moradores que cansaram de esperar uma resposta efetiva do poder público.
Na vizinha QNN 3, o fenômeno se repete. O tráfico expulsou pessoas que moravam há três décadas na mesma residência. Alguns, de tão desesperados, nem sequer aguardaram um comprador e abandonaram os imóveis. Nas duas quadras, há oito lotes vazios. Todos se transformaram em reduto de dependentes químicos. No Conjunto C da QNN 3, os vizinhos fizeram uma vaquinha para cercar um lote. Com o dinheiro recolhido, eles colocaram grades altas e reforçadas. Tudo para evitar o entra e sai de pessoas maltrapilhas e sob efeito do crack.
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