No concurso sobre as árvores do cerrado, as fotografias serão colocadas para votação em uma enquete no site. Os internautas terão um prazo determinado para escolher a imagem predileta, mas será possível votar uma única vez.
Além dos ipês-amarelos, há inúmeras outras espécies nativas do cerrado. O professor de botânica da Universidade de Brasília (UnB) José Elias de Paula esclarece que as mais comuns são pau-santo, pau-terra, aroeira, faveira, carvoeiro, bate-caixa, gomeira, caliandra, cagaita, envira, amargoso e arnica. Segundo ele, essas árvores, geralmente, têm casca espessa, baixa estatura e copa reduzida.
Foi somente no início da década de 1980, após a extinção de diversas espécies exóticas plantadas na capital, que houve mudanças na escolha dos exemplares a serem cultivados na região. Em 1961, por exemplo, várias cássias foram atacadas por pragas. Anos mais tarde, em 1976, aproximadamente 50 mil árvores adultas morreram. Os episódios causaram grande impacto na comunidade local. Trechos dessa história estão descritos no livro Arborização urbana no Distrito Federal ; História e Espécies do cerrado, publicado neste ano pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
José Elias explica que o solo do cerrado é pobre em nutrientes. ;Ele é ácido. Então, dependendo do exemplar que você for plantar, faz-se necessário colocar um pouco de calcário na terra para quebrar essa acidez e ele sobreviver;, ensina. ;No período de estiagem, muitas árvores não nativas morrem por falta d;água, por isso é ideal que as mudas sejam plantadas no início do período chuvoso.; Ainda segundo o especialista, já foram encontradas no DF aproximadamente 600 espécies nativas por hectare. O cerrado é um dos biomas com maior diversidade do planeta.
Histórico
O primeiro concurso realizado pelo jornal aconteceu em junho deste ano. Durante duas semanas, foram reunidas 168 fotos do ipê-roxo. Na etapa de votação, quase 3 mil pessoas elegeram o mais bonito. O preferido dos leitores, com 22,45%, foi clicado do celular do funcionário público Carlos Alberto da Silva, 57 anos, em frente ao seu local de trabalho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na 901 Sul.
Mais um ipê premiado
O concurso cultural do Correio que elegeu o ipê-amarelo mais bonito do Distrito Federal vai premiar mais uma pessoa. A funcionária pública Vanessa Ottoni de Brito, 39 anos, fotografou um exemplar plantado em frente ao Bloco M da 416 Norte. A árvore, antes frondosa, hoje está praticamente despida. É possível avistar, na copa do ipê, o pouco que sobrou da inebriante floração: meia dúzia de flores disputando espaço em um único caule.
Vanessa contou ao Correio que se dedicou bastante ao concurso. Tirou 12 fotografias, algumas em sua máquina, uma Nikon profissional, e outras na câmera do filho, um modelo inferior da mesma marca. A foto escolhida, para a surpresa da funcionária pública, foi tirada no equipamento semiprofissional. Nela, o ipê-amarelo aparece em primeiro plano. ;Mais que a premiação, eu buscava visibilidade para o meu trabalho. Era isso que me importava;, diz Vanessa.
Com a recontagem dos votos da enquete, que teve a participação de quase 90 mil leitores por meio do site, a imagem renderá a Vanessa um celular Samsung Galaxy S ; aparelho de última geração destinado ao segundo colocado no concurso cultural. A reclassificação coloca a estudante de relações internacionais Amanaiara Scarponi, 25 anos, em terceiro lugar. No entanto, ela receberá um celular idêntico ao previsto pelo regulamento para o segundo colocado.
O lugar mais alto do pódio ficou com o publicitário Thiago Mares Castellan, 33 anos. Ele vai ganhar um iPhone 4 8GB. Após a recontagem dos milhares de votos, o técnico em telecomunicações Marcos Aurélio Alves Dos Santos, 35 anos, ficou na quarta colocação, mas mesmo assim receberá o prêmio equivalente ao terceiro lugar, um celular Nokia modelo Asha 302.