Jornal Correio Braziliense

Cidades

Até julho, 239 pessoas foram presas vendendo drogas perto de escolas

O olhar atento de Adriano* em direção a uma das maiores escolas de Ceilândia denuncia a preocupação do servidor público de 55. Há dois anos, todos os dias ele leva e busca a filha na aula. Para a maioria dos pais, a rotina é natural, mas Adriano tem medo. Enquanto espera a adolescente cruzar o portão, é observado por traficantes. São jovens que aproveitam a intensa movimentação na saída da instituição para aliciar alunos. ;Todos os dias venho com a missão de salvar minha filha deste mundo sujo. Está cada dia pior;, desabafa Adriano, enquanto entra apressado no carro.


[SAIBAMAIS]
Assim como ele, milhares de pais no Distrito Federal tentam evitar que seus filhos sejam seduzidos pelo submundo das drogas nas redondezas de centros educacionais. E as estatísticas justificam tanta preocupação. Nos sete primeiros meses do ano, as polícias Civil e Militar do DF prenderam 239 pessoas por venda de entorpecentes em um raio de 100 metros de instituições públicas e privadas. A média é superior a duas prisões por dia letivo. Apesar dos números alarmantes, houve redução de 8% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registrados 261 ocorrências dessa natureza. Mas, como o consumo aumentou, os dados podem mostrar que os estudantes estão comprando os entorpecentes em outros locais.