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Detento em regime semiaberto morre depois de engolir 53 pedras de crack

Um detento que cumpria pena na penitenciária de Unaí (MG), cidade distante cerca de 160 Km de Brasília, morreu na noite de segunda-feira (23/7) depois de ingerir pelo menos 53 pedras de crack. Beneficiado pelo sistema semiaberto, o homem engoliu a droga durante uma das saídas permitidas por lei. Segundo Pedro Henrique Cunha, delegado da cidade mineira de Buritis, distante 200Km de Brasília, o homem ficou fora do presídio por sete dias e morreu dentro do ônibus que o levaria de volta para cumprir a pena. De acordo com o delegado, essa é a terceira vez que o caso ocorre na região e a suspeita é que uma quadrilha utilize "mulas" para que a droga entre nas penitenciárias. "As outras ocorrências não foram tão graves. Essa suposta quadrilha estaria atuando no Norte de Minas Gerais", acredita. O preso cumpria pena por tentativa de homicídio, crime cometido na cidade de Jaíba, na mesma região. "Cinco vezes por ano, ele tinha o direito de sair do presídio por sete dias. Ele tinha um itinerário que deveria ser cumprido. De Unaí, ele deveria seguir para Belo Horizonte, mas foi para o Norte de Minas", explicou o delegado. O preso deveria ter retornado nesta terça-feira (24/7) para a penitenciária, mas morreu dentro do ônibus, a caminho de Unaí, na na cidade de Chapada Gaúcha (MG). "Os policiais me descreveram a morte, ele gritou de dor antes de morrer. Mandei que fosse levado ao IML (Instituto Médico Legal) de Unaí. Lá, encontraram as 53 pedras, mas pode haver mais", contou Cunha. Segundo o delegado, os traficantes que fazem esse tipo de transporte da droga não sabem o risco que correm. "Eles as embalam em plástico. Muitas vezes, o ácido do estômago acaba dissolvendo a proteção. Uma só pedra absorvida é capaz de matar. Queremos coibir essa ação", alertou. Um inquérito foi instaurado para investigar o caso, que deve ser concluído em 30 dias.