Beneficiado pela fiscalização falha e punição branda, o transporte pirata corre solto pelas ruas do Distrito Federal. Motoristas de carros e vans circulam sem nenhuma preocupação, principalmente na área central da capital do país. Na manhã de ontem, a reportagem flagrou dezenas de infratores na Rodoviária do Plano Piloto, ao lado dos táxis e dos ônibus. A certeza da impunidade é tanta que homens ficam em locais estratégicos organizando as filas de veículos e abordando passageiros. Esta semana, pelo menos duas ocorrências de crimes envolveram condutores de transporte clandestino. Em um dos casos, o motorista atropelou um policial militar durante uma blitz. No outro, uma mulher foi vítima de sequestro relâmpago (leia matéria ao lado).
Nos sete primeiros meses deste ano, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) realizou 334 autuações por transporte pirata ; 14 casos a mais do que todo o período do ano passado. Das notificações emitidas até agora, 160 foram no Plano Piloto. A autarquia, entretanto, tem apenas oito fiscais direcionados a esse tipo de fiscalização. Com isso, as irregularidades só aumentam.