Aproximadamente 60 estudantes ocuparam a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) no início da tarde desta terça-feira (3/7). A principal reivindicação dos manifestantes é o fim da contrapartida para a bolsa permanência dos alunos de graduação ; que é o benefício pago aos estudantes carentes. Para que o universitário tenha acesso ao auxílio financeiro no valor de R$ 465, ele deve contribuir com 12 horas de trabalho em projetos de graduação da instituição. O ato faz parte do dia nacional de manifestações dos estudantes grevistas em todo país.
Segundo o estudante de Serviço Social Lucas Brito, o Departamento de Desenvolvimento Social (DDS) e o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) da universidade têm programa de assistência social para que alunos com pouca condição financeira possam se manter durante os estudos. O problema, segundo o manifestante, é que só pode receber a bolsa quem está participando de algum grupo de pesquisa. "E não existem grupos suficientes para todos os alunos", reclama. Dessa forma, aproximadamente 50 alunos não teriam recebido o benefício.
[SAIBAMAIS]
A ocupação, que teve início por volta das 14 horas, aconteceu de forma pacífica e nada foi quebrado durante a entrada dos universitários. Cerca de 30 alunos irão passar a noite no local. Os estudantes também reivindicam uma definição de data para pagamento de indenização aos estudantes dos grupos 1 e 2 (os mais carentes), referentes aos dias em que o Restaurante Universitário (RU) estiver fechado, além da possibilidade de negociação com o DFTrans para a garantia do passe livre estudantil durante a greve dos professores e servidores.
Uma reunião entre os manifestantes e representantes da instituição está prevista para acontecer nesta quarta-feira (4/7), às 9h. Segundo a decana de assuntos comunitários Carolina Cássia, todas as propostas da UnB serão apresentadas na reunião de amanhã. De acordo com Lázaro Oliveira, representante da associação multicampi dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica da UnB, diversos encontros já foram feitos, no entanto, não houve avanços nas negociações.
Durante a manifestação, os estudantes distribuíram folhetos com os dizeres: operação caça ao reitor.