O sócio da PwC Brasil João Lins aponta duas formas de as empresas dos mercados emergentes tentarem solucionar o problema. A primeira é valorizar o trabalho da mulher e criar condições para mantê-la na organização. Elas estão mais qualificadas: ultrapassam a metade dos doutores do país, segundo dados de 2010 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ainda assim, recebem o equivalente a 72,3% do salário dos homens que ocupam a mesma posição no mercado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, as mulheres são a maioria da força de trabalho no país ; representam 54,6% da população ocupada. ;As empresas têm de criar um ambiente que favoreça a progressão feminina na carreira;, diz Lins.
Elisângela Abrantes, 39 anos, é gerente administrativa de uma rede de drogarias em Brasília. Ela sente que as mulheres fazem um esforço maior para provar competência. Elisângela foi promovida a gerente há três anos. Recebe salário igual ao de outros funcionários que ocupam a mesma posição na empresa, pois a base remuneratória é referente ao cargo, e os critérios de promoção levam em conta o desempenho do profissional e não o sexo. Para ela, essa valorização faz com que tenha prazer em trabalhar e sinta vontade de se manter na rede. ;É uma troca mútua aqui dentro, eu doo muito de mim, e a empresa reconhece;, conta.