Alta taxa de pessoas conectadas favorece o engajamento político no DF

DF já tem 1,5 milhão de pessoas com acesso à internet em casa, o equivalente a quase 60% da população e o maior percentual do país. Para especialistas, conectividade favorece o engajamento político e o lazer dos brasilienses, mas é preciso tomar cuidado com os riscos de transformar o hábito em vício. Veja no teste seu grau de dependência em relação à rede

Aproximadamente 1,5 milhão de moradores do Distrito Federal têm abertas as portas da internet. Significa que mais da metade dos habitantes da capital federal estão conectados à rede mundial de computadores. Em comparação com os demais estados brasileiros, os dados do Mapa da Inclusão Digital, elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revelam que o DF ocupa o primeiro lugar no ranking da quantidade de acessos. Mas como o brasiliense utiliza a internet? Quando clica e tecla, fala sobre o quê? O que partilha? Onde procura? Como a internet afeta a vida social e profissional de cada um?

Ainda que seja impossível saber os hábitos e utilidades da internet para cada usuário, duas características são mais marcantes no perfil brasiliense, na avaliação de especialistas ouvidos pelo Correio: há mais engajamento político e também mais idosos no mundo virtual. Os estudiosos acreditam que a alta renda e o fato de Brasília ser a sede do governo federal podem explicar o motivo da peculiaridade do DF em relação a outras regiões do país.

Prova da politização do internauta são as manifestações organizadas virtualmente com realização simultânea em várias cidades. Brasília sempre se destaca por levar mais gente às ruas. Tomem-se como exemplo os protestos contra a corrupção e pelos direitos das mulheres. Enquanto cerca de 6 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios em dia 21 de abril, na megalópole São Paulo, de 10,6 milhões de habitantes, apenas 800 pessoas aderiram à manifestação nas ruas. A Marcha das Vadias, por sua vez, reuniu 2 mil mulheres em Brasília. Na capital paulista, foram apenas 300.