Jornal Correio Braziliense

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Júnior Brunelli é indiciado por quatro crimes; penas podem chegar a 30 anos

Com a prisão temporária válida até a meia-noite de amanhã, o ex-deputado distrital Júnior Brunelli (sem partido) foi indiciado pela Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e formação de quadrilha. Somadas, as penas variam de sete a 30 anos de reclusão. Ele está preso há nove dias. O indiciamento ocorreu porque o delegado Henry Peres, responsável pelas investigações, considerou que já há elementos suficientes da autoria e do desvio de recursos públicos para entidade ligada ao ex-distrital. Com a conclusão dos trabalhos da Operação Hofini, o inquérito será enviado à Promotoria de Tutela das Fundações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para que a denúncia e a ação de improbidade administrativa sejam elaboradas e enviadas à Justiça.

Para a Polícia Civil do DF, Brunelli era o líder de uma quadrilha e atuava em todas as frentes. Fazia emendas parlamentares para destinar recursos para a Associação Social Monte das Oliveiras (AMO), conseguia a aprovação das destinações orçamentárias na Câmara Legislativa e, depois, fazia pressão pela liberação dos recursos na Secretaria de Desenvolvimento Social. O inquérito indica que Brunelli ia pessoalmente ao Governo do DF e se envolvia diretamente no andamento dos processos relacionados aos convênios com a AMO. A entidade é ligada à família dele e funciona na Catedral da Paz, igreja fundada pelo missionário Doriel de Oliveira, pai do ex-distrital. A avaliação é de que R$ 1,7 milhão tenha sido desviado dos cofres públicos, dinheiro que deveria ter sido dirigido a programas sociais para idosos.