Isaque Ribeiro não teve a menor chance ao tentar realizar uma curva a mais de 200km/h. A manobra seria um troféu para o jovem de 23 anos, apaixonado por velocidade. Mas a diversão perigosa e perseguida a qualquer custo acabou em tragédia. Um erro de cálculo fez a moto superpotente derrapar e bater em uma barreira de proteção. A violência partiu o corpo do motociclista ao meio.
O acidente que tirou a vida de Isaque ocorreu em 8 de janeiro, no Km 72 da BR-060, rodovia que liga Brasília a Goiânia. A estrada é a preferida daqueles que têm veículos de duas rodas de altas cilindradas para a prática de racha. Aos domingos, dezenas deles se encontram em um restaurante em Abadiânia (GO), onde definem as regras das corridas clandestinas. A irresponsabilidade resultou em sete mortos nos últimos cinco meses. Todos conduziam veículos caros e capazes de ultrapassar os 300km/h.
Na internet, um vídeo com o momento exato de um acidente foi acessado por mais de 43 mil pessoas. A imagem mostra uma colisão a 250km/h entre dois motociclistas. Um deles caiu e só conseguiu sair ileso porque vestia um macacão superresistente, que custa em torno de R$ 10 mil. A roupa é semelhante à usada por pilotos profissionais. Em outra postagem na rede mundial de computadores, motoristas se exibem perigosamente para as câmeras. Um deles guia uma Kawasaki Ninja sem as mãos, enquanto outro ultrapassa três caminhões enfileirados em local proibido sobre uma Honda CB600F Hornet.