Em assembleia na manhã desta quarta-feira (16/5), os professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram votar na próxima sexta-feira (18/5) se iniciam uma nova greve este ano. O presidente da Associação dos Docentes da UnB (Adunb), Ebnezer Nogueira, disse que os docentes estão atendendo a pauta de reivindicações da Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que convocou uma paralisação em todas as universidades federais para amanhã (17/5). Eles pedem a reestruturação do plano de carreira dos professores universitários.
Na última terça-feira (15/4) o Decanato de Gestão de Pessoas (DEP) garantiu o reajuste real de 4% a profissionais com ensino superior, básico, técnico e tecnológico da instituição. Segundo o decanato, o aumento será incluído na folha de pagamento do próximo mês e deve ser retroativo a março. O reajuste é fruto de negociação da Andes com o governo federal no fim de 2011 e foi garantido por meio da Medida Provisória (MP) 568, assinada pela presidente Dilma Rousseff em 11 de maio.
O decanato também informou que a MP incorpora ao vencimento básico dos professores a Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas), reivindicação antiga da categoria, além de reajuste da Retribuição por Titulação da Carreira do Magistério Superior (RT), outra gratificação que compõe o salário dos professores universitários.
;O que está em discussão não é o reajuste. Nós aceitamos os 4%. O problema é que o plano de carreira não foi negociado em março deste ano;, afirmou Ebnezer Nogueira. ;O governo reestruturou todas as carreiras, menos a dos professores universitários. É uma carreira de 1987;, completou. Segundo o presidente da Adunb, não há indicação de quando a negociaçõa terá início.
Em 19 de abril a Andes já havia convocado uma paralisação nacional dos professores de instituições de ensino superior para pressionar o governo a conceder o aumento. Alguns docentes da UnB cruzaram os braços em 24 e 25 de abril para apoiar a pauta de reivindicações da Andes e a dos servidores federais.
Técnicos
A Medida Provisória substitui o Projeto de Lei 2.203/2011, enviado ao Congresso em agosto do ano passado, com a reestruturação de cargos, planos de cargos e carreiras, além de tabelas remuneratórias. De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, quase 940 mil servidores serão beneficiados. O valor gasto é estimado em R$ 1,5 bilhão e está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012. A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) informou que, com a substituição do PL 2.203 pela MP 568, apresentará novamente as 26 emendas feitas ao projeto.
A medida não garante, porém, o aumento para servidores técnico-administrativos. Uma das principais reivindicações da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) é o reajuste salarial de 22%, com reposição da inflação de 2010 e 2011. O prazo máximo definido pela Fasubra para a negociação com o governo é 31 de maio. Se as reivindicações não forem atendidas, os servidores ameaçam deflagrar greve geral.
Servidores técnico-administrativos de todos os estados pretendem vir a Brasília amanhã (17/5) e organizar plenárias na sexta (18) e no sábado (19) para apoiar e discutir o movimento. Na UnB, os servidores se reuniram em assembleia na manhã desta quarta-feira para organizar a marcha de amanhã. Eles também buscam a flexibilização da jornada de trabalho para seis horas diárias e aguardam a realização do plebiscito marcado para 29, 30 e 31 maio para decidir sobre a paridade dos votos na eleição para reitor da universidade este ano.
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