Jornal Correio Braziliense

Cidades

Peritos dizem que não há radiação em galpão com suspeita de vazamento


Peritos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) constataram no início da madrugada deste sábado (12/5) que não há radiação num galpão da Área de Desenvolvido do Riacho Fundo. A suspeita foi levantada após o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil receberem um alerta de um possível vazamento de substância radioativa. As autoridades foram acionadas após a constatação de que equipamentos de raio-X estariam desmontados expostos no local e em estado degradado.

Três técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um leiloeiro, dois policiais militares e quatro moradores do local que haviam ido até o prédio para verificar o fato após a denúncia chegaram a ser mantidos isolados dentro do galpão até a chegada da equipe da CNEN.

De acordo com a polícia, os equipamentos estavam armazenados há pelo menos 15 dias e seriam leiloados. Devido à suspeita de contaminação, os bombeiros isolaram a área em um raio de 250 metros. No local, há prédios de empresas e indústrias.

Memória
Em 13 de setembro de 1987, em Goiânia, uma cápsula com Césio 137, utilizado em equipamentos médicos e presente em um antigo aparelho de raios X , foi encontrada e aberta por dois catadores de material reciclável em um centro hospitalar desativado. A liberação do produto causou o maior acidente radioativo já registrado no país. Ele causou a morte de quatro pessoas, além de ter deixado dezenas de feridos graves. Um levantamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear indicou que pelo menos 112,8 mil pessoas foram expostas aos efeitos do acidente.

O acontecimento ganhou, 23 anos depois, um memorial, que reúne um museu e uma praça nos mesmos locais onde ocorreu a tragédia. Na Rua 57 do Setor Aeroporto, centro da capital goiana ; endereço onde foi aberta a cápsula com o elemento químico ;, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e o governo estadual construiu um corredor de luzes naturais que simula uma caixa de 3m de largura e 42m de comprimento. Já na Rua 26-A, localizada no mesmo bairro, outra área com vazão do metal, foi erguido um largo para eventos culturais. O objetivo é não deixar a tragédia cair em esquecimento e acabar com o estigma em torno das pessoas que manusearam o material radioativo.