Último refúgio de Juscelino Kubitschek, a Fazendinha JK, localizada a 13km do centro de Luziânia (GO), está abandonada desde a tarde de ontem. Ficaram expostos ao vandalismo, aos furtos e à deterioração a casa que abrigou o ex-presidente e as relíquias em seu interior. Todos os móveis e itens de decoração são os mesmos desde que a família Kubitschek vendeu a propriedade, em 1984, a um ex-deputado federal paranaense. A residência é a única obra de Oscar Niemeyer na zona rural. Mas sua conservação esbarra em uma disputa judicial entre os herdeiros da fazenda e na burocracia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que, há quatro anos, estuda o tombamento do imóvel.
O abandono da propriedade só deve acelerar a sua deterioração. A piscina não é limpa há dois meses. Bancos e cadeiras da área externa, usados por JK e seus familiares, estão quebrados. Pouco resta dos jardins desenhados pelo paisagista Burle Max. O mato toma conta dos arredores da residência projetada por Niemeyer. Infiltrações e mofo estão por todo o seu interior. A Mercedes-Benz fabricada em 1963 e usada por Juscelino na campanha presidencial está desemcapada e em um galpão sem parte do telhado. A família dona da fazenda alega não ter dinheiro para mantê-la, principalmente a mansão. Por isso, parte quer vender as terras.