Uma cerimônia marcou a reinauguração do Catetinho nesta sexta-feira (20/4). Os pioneiros que de alguma forma contribuíram para o nascimento da cidade foram homenageados e receberam medalhas das mãos do governador Agnelo Queiroz. ;É o resgate da história. A restauração é um presente para a cidade;, disse. Depois de quase 10 meses fechado para reforma, o Palácio de Tábuas volta a receber o público amanhã, dia em que Brasília comemora 52 anos.
A terceira reforma do Catetinho custou R$ 722 mil. Segundo o subsecretário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura (SC), José Delvinei Santos, a restauração passou por três etapas. ;Depois que o Catetinho foi fechado, em julho do ano passado, fizemos a remoção de todo o acervo cenográfico, também restaurado. Em seguida, houve a descupinização, que levou 60 dias. Em novembro, licitamos a obra, iniciada em dezembro;, explicou.
Detalhes importantes como a cor branca na fachada do edifício, as esquadrias e outros foram resgatados. Toda a fiação elétrica foi trocada e rampas de acessibilidade agora fazem parte da nova estrutura. Todo o madeiramento utilizado no prédio foi analisado pelo Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) para garantir a autenticidade.
O Catetinho ficou pronto em 7 de abril, mas foi inaugurado hoje para comemorar os 52 anos da capital. ;Ele é emblemático. Além de ser a primeira obra, a gente observa que a monumentalidade de Brasília saiu de uma casa simples de madeira. Mostra que o valor do patrimônio não é monetário, mas histórico e cultural;, completou o subsecretário. Para o governador, a reforma da Casa de Tábuas era de extrema importância. ;Corríamos o risco de perder um momento fundamental da nossa história. Fizemos uma recuperação total para a preservação do patrimônio histórico cultural;, disse Agnelo Queiroz.
História
Com 87 anos, Sinfrônio Lisboa da Costa guarda boas lembranças da época em que ajudou a construir o Catetinho. "Eu fazia o telhado. Naquela época, Brasília era um capim", contou. Seu Sinfrônio também leva com carinho a imagem do ex-presidente Juscelino Kubitschek. "Era muito bonito, usava uma bota branca. COnversava muito com a gente. Ele já foi à minha casa tomar café", contou.
Dona Zenaide Barbosa dos Santos, 72, é uma personagem importante na história da construção da capital. Na entrada da Casa Velha, na Fazenda Gama, um painel mostra a foto de Juscelino tomando café ao lado de uma moça, dona Zenaide. Na época ela tinha apenas 16 anos. Ela lembra até hoje dos detalhes daquele dia. "Era 2 de outubro de 1952. Eu estava apanhando lenha, quando vi uma movimentação. Peguei minha sobrinha e entrei", contou. Ela morava com o irmão, que era vaqueiro da casa grande e morava em uma casa menor.
"Meu irmão me chamou e disse para eu e minha cunhada fazermos café para o presidente da República. Ele disse ;doutor Jorcelino;", lembrou, dona Zenaide. "Fomos pegos de surpresa. Fiz o café, servi e voltei para casa. Esse café está rendendo até hoje." Durante a visita do governador à Casa Velha, a foto histórica com Juscelino foi reproduzida ao lado de Agnelo. "É uma continuidade da história. Eu faço parte da história", completou.
Memória
A edificação passou pela primeira restauração em 1991, quando completou 35 anos. A segunda reforma começou em 1996 e terminou no ano seguinte. As obras iniciadas entre dezembro de 2011 e concluídas neste mês correspondem a uma primeira etapa de melhoria do local. Toda a extensão do local, incluindo a edificação administrativa ficarão prontos dentro de 30 dias.
Gratuito
de terça a domingo - 9h as 17h