A saída de Cláudio Monteiro da chefia de gabinete de Agnelo Queiroz (PT) dá continuidade a uma reforma administrativa que o governador iniciou por conta própria, mas terá de prosseguir por força de uma crise que lhe subtraiu um quadro estratégico, que cuidava tanto de sua agenda de trabalho, como da Copa de 2014, assunto considerado prioritário para o GDF. A substituição de Monteiro ainda não tem data para ocorrer, mas uma das decisões possíveis é a que separa as duas funções em cargos distintos. Na tarde de ontem, enquanto cumpria agenda pública, Agnelo afirmou que o cronograma do mundial não será afetado, um dos temores com a recente mudança no organograma oficial.
Cláudio Monteiro acumulava a Chefia de Gabinete de Agnelo com a Secretaria Executiva do comitê da Copa do Mundo de 2014. Citado em conversas suspeitas entre Dadá (apontado como um espião a serviço dos interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira) e o diretor da Construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, o aliado de Agnelo tomou a decisão de pedir o afastamento do governo para se defender. No diálogo interceptado pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, os dois interlocutores sugerem o pagamento de propina a Cláudio Monteiro.