Cinco pessoas foram presas nessa quarta-feira (28/3) suspeitas de integrarem uma quadrilha responsável pela venda irregular de combustível. As prisões aconteceram por volta de 15h durante a Operação Nafta da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DECO), na Cidade do Automóvel. Cerca de trinta e um mil litros de combustível irregular, que estava armazenado em condições precárias, foram apreendidos em dois galpões. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou a polícia, que essa é maior apreensão de combustível já realizada no DF.
Segundo o delegado chefe da DECO, Henry Peres Ferreira Lopes, o grupo criminoso chegou a montar dois postos clandestinos de combustível, que eram frequentados regularmente por clientes e funcionava como um posto convencional. Cada um do bando possuía uma função diferente, como frentistas, gerente e tinha até o transportador.
O delegado afirma que antes de entregar o produto ao posto destinado pela empresa, o rapaz seguia para o galpão, onde eles retiravam o lacre e alguns litros do combustível transportado. Depois um novo lacre era colocado para não levantar suspeitas.
Os galpões em que os produtos eram armazenados ficavam localizados na QD 9, conjunto 2, lote 8 e o outro na QD 8, conjunto 11, lote 23, na Cidade do Automóvel, a cerca de 7 km da Esplanada dos Ministérios, centro do poder nacional. Nos estabelecimentos improvisados, os combustíveis eram armazenados em tonéis, sem os cuidados básicos para manuseio. Seguno Henry Peres, o risco de explosão ou dano ambiental era iminente.
Apesar dos riscos, os postos clandestinos eram bem frequentados por clientes. O delegado explica que o preço mais baixo que em postos convencionais atraía a atenção destas pessoas. A gasolina era vendida por R$ 2,20 o litro. No momento em que os agentes realizavam a prisão dos suspeitos, três carros paravam para abastecer. Os condutores foram levados para a delegacia para dar explicações. Eles disseram que abasteciam lá já havia três meses.
A polícia desconfia que pelo menos há oito meses o grupo exercia a atividade. A prisão ocorreu devido a uma denúncia. A polícia então passou a investigar a quadrilha com campanas, filmagens e por documentações. Foram cerca de quatro meses de investigação. O grupo responderá por crimes contra a ordem econômica, já que apenas com os mil litros encontrados, eles poderiam ter um faturamento diário de 22 mil reais, sem nenhum gasto com o posto ou o combustível.
Também serão indiciados por crime contra o meio ambiente e formação de quadrilha. Segundo as normas disciplinais da ANP e a lei de número 9.847 de 1999, o bando poderá ser multado em cinco mil a dois milhões de reais. O delegado explica que se for levado em conta o tempo de atividade do grupo, eles poderão receber o patamar máximo de multa e de prisão, que corresponde a oito anos de detenção e quatro de reclusão.