A primeira área a sentir os efeitos do corte de gastos determinado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no início do mês foi a saúde. Depois de receber a ordem de cortar pela metade o pagamento de horas extras, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do DF (Samu) será obrigado a reduzir também o número de atendimentos em situações de emergência. O sistema, que dispõe de 37 ambulâncias, deve tirar 10 carros de circulação a partir do próximo mês por falta de motoristas e médicos. Da frota, seis viaturas já estavam paradas devido à falta de pessoal para operá-los, totalizando um prejuízo de 43% na capacidade de trabalho do serviço.
O problema ocorre porque o Samu depende quase que totalmente de servidores da Secretaria de Saúde lotados em outras áreas. Dos 240 motoristas que trabalham no programa, apenas 19 são fixos no atendimento emergencial ; o restante guia as ambulâncias nos horários de folga dos plantões habituais. O mesmo acontece com os médicos: do quadro de cerca de 100 profissionais, apenas 11 estão lotados no Samu. Esse sistema, que já funciona à base da improvisação, será um dos mais prejudicados pelo Decreto n; 33.550, de 29 de fevereiro de 2012, que limita a concessão de horas extras no serviço público do DF.