Jornal Correio Braziliense

Cidades

Atual estrutura dos hospitais particulares é insuficiente para a demanda

Uma cena tradicionalmente associada aos serviços públicos de saúde tem sido vista diariamente em hospitais particulares do Distrito Federal: emergências cheias, atendimento demorado, clientes insatisfeitos. Hoje, 647.690 mil habitantes do DF têm algum tipo de assistência médica particular. O total de adeptos cresceu 3,56% entre 2010 e 2011. E, no segundo semestre deste ano, esse contingente vai aumentar em 20%, em números brutos. Até lá, sai do papel o plano de saúde subsidiado pelo GDF para os 132 mil servidores públicos do governo, ao custo de R$ 76 milhões. Com isso, 30% da população do DF deve estar coberta por convênios médicos, enquanto a média nacional gira em torno de 24%.

Se por um lado a demanda aumenta, a estrutura de saúde particular não tem sido capaz de absorvê-la. Especialistas acreditam que, hoje, hospitais e clínicas particulares do DF operam no limite da capacidade. ;A população do DF inchou muito e isso não foi acompanhado pela capacidade hospitalar;, constata o professor de gestão hospitalar da Universidade Católica, Kléber Alves.

Há quem diga ainda que o melhor hospital de Brasília é o aeroporto. É o caso da advogada Gabriela Bernardes, 29 anos. Em diversas ocasiões, ela recebeu diagnósticos errados e tratamentos ruins em centros de saúde renomados de Brasília. Por exemplo, quando a filha dela tinha 2 anos, quebrou o braço. Levada à emergência de um hospital na Asa Sul, a menina teve o membro engessado de maneira errada. Quando tirou o gesso, o braço dela estava torto. ;Fiquei desesperada. Fui parar no Sarah Kubitschek e ela teve que fazer outro tratamento. Fico revoltada porque a gente gasta com os planos de saúde e tem atendimento ruim;, conta.



Rosana Araújo Cavalcante, 37 anos, nem se lembra mais há quanto tempo não tem um plano de saúde. A auxiliar de serviços gerais desistiu de pagar pelo serviço porque cansou de entrar e sair de hospitais e clínicas que não aceitavam mais o convênio que cabia no bolso dela. Hoje, Rosana e os três filhos dividem a rotina médica entre consultas na rede pública e exames particulares. ;De uns anos para cá, é tudo igual, tanto faz ser público ou privado. Mesmo pagando, você é mal atendido, espera horas. A gente não tem para onde correr;, lamenta.

Leia a matéria completa na edição impressa deste domingo (19/2) do Correio Braziliense