Se por um lado a demanda aumenta, a estrutura de saúde particular não tem sido capaz de absorvê-la. Especialistas acreditam que, hoje, hospitais e clínicas particulares do DF operam no limite da capacidade. ;A população do DF inchou muito e isso não foi acompanhado pela capacidade hospitalar;, constata o professor de gestão hospitalar da Universidade Católica, Kléber Alves.
Há quem diga ainda que o melhor hospital de Brasília é o aeroporto. É o caso da advogada Gabriela Bernardes, 29 anos. Em diversas ocasiões, ela recebeu diagnósticos errados e tratamentos ruins em centros de saúde renomados de Brasília. Por exemplo, quando a filha dela tinha 2 anos, quebrou o braço. Levada à emergência de um hospital na Asa Sul, a menina teve o membro engessado de maneira errada. Quando tirou o gesso, o braço dela estava torto. ;Fiquei desesperada. Fui parar no Sarah Kubitschek e ela teve que fazer outro tratamento. Fico revoltada porque a gente gasta com os planos de saúde e tem atendimento ruim;, conta.
Rosana Araújo Cavalcante, 37 anos, nem se lembra mais há quanto tempo não tem um plano de saúde. A auxiliar de serviços gerais desistiu de pagar pelo serviço porque cansou de entrar e sair de hospitais e clínicas que não aceitavam mais o convênio que cabia no bolso dela. Hoje, Rosana e os três filhos dividem a rotina médica entre consultas na rede pública e exames particulares. ;De uns anos para cá, é tudo igual, tanto faz ser público ou privado. Mesmo pagando, você é mal atendido, espera horas. A gente não tem para onde correr;, lamenta.
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