Um novo nascimento dois anos e três meses após a chegada de Alícia Silva. É assim que o atendente Jorge Silva, 25 anos, pai da menina submetida a um transplante de coração, no Instituto Cardiológico do Distrito Federal (IC-DF), na noite de quarta-feira, define o momento vivido pela família. ;Agora, são dois aniversários. Temos motivos para comemorar;, diz. Às 8h da manhã de ontem, ele e a mulher, Giselly Silva, tiveram o primeiro contato com a filha. Quatorze longas horas depois de a menina ser levada à sala cirurgia. ;Fiquei também anestesiado. Só depois que tive certeza de que tudo tinha dado certo, consegui comer e apareceram as dores no corpo. Nós não conseguimos dormir, só queríamos vê-la;, diz Jorge.
O encontro, segundo descreve, foi emocionante. ;Ela está animada. Não se abalou com a cirurgia. Pediu para gente cantar, brincar e não deixou a mãe sair de perto dela;, disse o pai animado. Logo, ressaltou que é triste ver a sua menina internada. ;Mas sabemos que ela está aqui para o bem dela.; O quadro clínico de Alícia é estável, ela respira espontaneamente, está internada na Unidade de Terapia Intensiva do hospital e deve ficar em observação até o início do próximo mês.
O aviso de que poderia existir um órgão compatível com o da garota era esperado pelos pais desde novembro, quando ela entrou para a lista de receptores. Há seis meses, os médicos descobriram que Alícia sofria de miocardite, que fez com que a atividade do antigo coração fosse reduzida a apenas 20%. Com o diagnóstico, os pais da criança mudaram de Araguaiana (TO) para Ceilândia. ;Larguei tudo, emprego. Ficou tudo para trás por causa dela. Ficávamos apreensivos toda vez que o telefone tocava na esperança de ter aparecido um doador;, emociona-se Jorge. Com o sucesso na cirurgia, a família pensa em retornar à cidade natal.
Leia a reportagem completa na edição desta sexta-feira (10/02) do Correio Braziliense.