Uma criança de 2 anos foi a segunda deste ano a ser submetida a um transplante de coração no Instituto Cardiológico do Distrito Federal (ICDF). O órgão chegou de São Paulo às 18h desta quarta-feira (8/2), a cirurgia começou às 19h30 e acabou por volta das 22h. A menina, que sofria de cardiomegalia (uma inflamação que dilata o órgão), recebeu o coração de um menino de 2 anos e 11 meses que estava internado no Hospital Santa Marcelina em Itaguaquecetuba (SP) e morreu nesta quarta devido a um atropelamento ocorrido há três dias. Segundo o chefe da Unidade de Transplante do ICDF, Fernando Atik, a cirurgia foi um sucesso.
[SAIBAMAIS]A movimentação começou às 4h45 de hoje, quando a Central de Órgãos de SP acionou a equipe de Salvamento da Aeronáutica (Salvaero). Três cirurgiões do ICDF partiram para a captação do órgão em um voo comercial da TAM às 9h15. O processo, que deveria ser rápido, teve de ser atrasado devido a uma forte chuva que caiu na cidade paulista. A previsão inicial era que o coração chegasse a Brasília às 15h45, o que só ocorreu às 18h.
Assim que chegou na base aérea, o coração seguiu em um helicóptero do Grupamento de Transporte Especial da Força Aérea Brasileira para o instituto. O percurso durou alguns minutos e o órgão chegou cerca de 18h20 e o transplante só começou por volta das 19h30. "O caso desta paciente foi basicamente o mesmo da anterior, ocorrido em 6 de janeiro. Conseguimos um coração ótimo e a cirurgia foi um sucesso", afirmou o cirurgião Fernando Atik. Segundo ele, é muito difícil encontrar doadores nessas condições, em caso de crianças. "Não é frequente encontrarmos doadores devido à compatibilidade. Infelizmente perdemos uma criança por atropelamento. A decisão dos pais de doar os órgãos salvou a vida de outra criança".
De acordo com o chefe da Unidade de Transplante, o risco de rejeição existe. "No entanto, as medicações têm sido eficazes e quando ela ocorre, não é grave", explicou Fernando Atik. A menina deve ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e nos próximos dias deve ser transferida para o quarto. A internação varia entre 15 e 30 dias. "A medicação que evita a rejeição é para a vida inteira e ela vai manter o acompanhamento no instituto. As restrições são poucas e a vida dela irá melhorar excepcionalmente. Ela vai ter uma infância feliz. Caso não fosse operada, a expectativa de vida dela seria limitada. Participar da cirurgia foi gratificante e a equipe ficou emocionada".
Outro caso
Uma menina de apenas um ano e oito meses, que sofria de graves problemas cardíacos, ganhou o coração de um garotinho de 1 ano e nove meses que sofria de hemofilia e teve morte cerebral. A cirurgia foi realizada no dia 6 de janeiro no ICDF e também apresentou bons resultados.