Jornal Correio Braziliense

Cidades

Vigilantes mantêm paralisação ignorando decisão tomada pela Justiça

Vigilantes e empresários se reúnem nesta segunda-feira (30), às 15h, no Ministério Público do Trabalho, para tentar chegar a um acordo e pôr fim à greve da categoria, iniciada quinta-feira. Ignorando decisão judicial que mandava ao menos 60% deles voltarem aos seus postos imediatamente, a partir de sábado, os seguranças decidiram manter a paralisação até receberem alguma proposta que considerem positiva. A decisão foi tomada no fim da tarde de ontem, em assembleia geral realizada no Setor Comercial Sul.

Os sindicalistas afirmam que ainda não receberam uma notificação oficial sobre a posição do Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT), que rejeitou no fim da tarde do último sábado o pedido de esclarecimento da decisão que obriga o Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF) a manter pelo menos 60% da categoria trabalhando durante a greve da categoria. ;Só sabemos disso pela imprensa. Não há uma notificação oficial ainda. Quando recebermos, vamos cumprir. Mas pedimos o embargo declaratório dessa decisão;, afirmou o diretor do sindicato, João Vianney dos Santos.

A ordem do TRT é uma resposta à ação civil pública de autoria da Procuradoria do Distrito Federal. O órgão que representa o governo local pediu caráter de urgência e o retorno de ao menos 70% da categoria a seus postos. Para o procurador Lucas Terto Ferreira Vieira, autor da ação, os seguranças teriam deflagrado a greve ;inapropriadamente e sem notificação prévia;. Ele ainda argumentou que, devido à paralisação, ;podem-se perpetrar saques e violações a órgãos públicos e entidades privadas de relevância pública, como bancos, escolas e hospitais, bem como a cidadãos do Distrito Federal;.

Multa
A decisão da juíza Maria Socorro de Souza Lobo, da 7; Vara do Trabalho, acatou apenas o retorno de 60% da categoria ao trabalho, mas concordou que a greve dos vigilantes revelou ;o temor que pode se apoderar da população; com o fechamento das agências bancárias. Ela determinou ainda o pagamento de R$ 150 mil por dia de desobediência.

O governador Agnelo Queiroz disse considerar legítima a greve dos 20 mil vigilantes do DF. Ele ainda afirmou que espera que as empresas do setor negociem com os trabalhadores e encontrem uma solução para o impasse. Caso a greve continue, Agnelo avisou que poderá suspender contratos dos empresários com os órgãos públicos. A paralisação dos vigilantes afetou 55 empresas do ramo no DF ao cruzar os braços de cerca de 80% da categoria.

Na sexta-feira, quase 90% das agências bancárias fecharam as portas por conta da ausência de vigilantes. A Secretaria de Saúde do DF teve de contar com o apoio da Polícia Militar para manter a segurança nos hospitais. Funcionários das unidades de saúde também se revezaram entre as funções usuais e a portaria.