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O dono do comércio do Cruzeiro tinha autorização pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para vender o gás no Conjunto D da Quadra 34 do Paranoá. Mas o Gás Emanuel era um depósito de fachada. João Pereira montou um site, o www.facilgas.com.br, para anunciar a comercialização em outras localidades. Ele usava o estacionamento externo de um antigo depósito, na Quadra 1.101 do Cruzeiro Novo.
As especificações do tombamento da região central do DF não autorizam a presença de depósitos de gás de cozinha. Os moradores do Cruzeiro que o denunciaram contaram ao titular da Dema, Haílton Cunha, que observavam as caminhonetes havia muito tempo. ;Resolveu levar os produtos para o Cruzeiro porque estava lucrando pouco. Mas, se ele quisesse vender em outro lugar, não teria problema algum desde que não deixasse o gás exposto ao sol e à chuva dessa forma;, explicou o delegado.
Os botijões ficavam armazenados dentro dos veículos, a céu aberto, próximo a uma parada de ônibus e em um local com grande fluxo de pedestres, o que representava risco à população. ;Se, no Rio de Janeiro, o gás que ficava bem guardado causou tantos problemas, imagine só quando o gás não está bem armazenado;, comparou Cunha, referindo-se à explosão do Restaurante Filé Carioca, na Praça Tiradentes, área central da cidade, em 13 de outubro passado, ocorrida devido ao uso clandestino de gás combustível. O episódio matou quatro pessoas e feriu 17.
João Pereira de Lemos foi preso em flagrante por crime ambiental e crime contra a ordem econômica, considerando que, para abrir um depósito pequeno com autorização da ANP, o interessado deve desembolsar cerca de R$ 30 mil. Se condenado, João pode pegar até nove anos de prisão.
Denuncie
Ligue para a ANP e informe sobre a venda clandestina de gás pelo número 0800-970-0267. A ligação é gratuita e pode ser feita sem a necessidade de a pessoa se identificar. As informações também podem ser passadas pelo número 197, da Polícia Civil do DF.