O primeiro registro da presença dos Guimarães no Planalto Central brasileiro data de 1736. A chegada deles à região do atual Distrito Federal está documentada no Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal. Portanto, os Guimarães andavam em lombo de burro e acampavam na isolada Região Centro-Oeste do Brasil muito antes de Planaltina ser reconhecida como distrito, em 1859.
Do então Distrito de Mestre d;Armas, quando Planaltina pertencia a Goiás e servia de ponto de parada para os tropeiros carregados de ouro, restam apenas 29 imóveis, todos no Setor Tradicional. O mais imponente, que pertencia aos Guimarães e onde hoje funciona o Museu Histórico e Artístico de Planaltina, fica em frente à Praça Salviano Guimarães, um oásis na violenta Planaltina do século 21.
Neta do coronel Salviano, a procuradora aposentada Olíbia Terezinha Guimarães, 78 anos, é uma das mais preocupadas com a manutenção do casarão da família, entregue ao governo local por meio de uma venda com valor irrisório. ;A nossa família sempre teve a consciência da importância de preservar a memória dela e do Distrito Federal;, destaca.
Filha de Olíbia, a historiadora Sílvia Helena Guimarães conserva a memória da família por meio de pesquisas. Uma delas resultou no livro Os Monteiro Guimarães na história do Planalto Central, lançado há dois anos. Em documentos recuperados por ela, há a comprovação da presença dos Guimarães nas terras da nova capital há ao menos 265 anos.
Poder e riqueza
Os primeiros moradores do casarão onde fica o museu foram Salviano Monteiro Guimarães, sua mulher Olívia e seus oito filhos. No tempo do coronel Salviano, o imóvel era uma das residências mais confortáveis da cidade, com água encanada, luz e telefone. Tornou-se o símbolo da influência de Salviano na região e ponto de referência para a recepção e hospedagem de autoridades e o trato de negócios.