Depois de oito anos, foi retirado da gaveta o projeto de ligação ferroviária ; por meio de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ; entre Brasília e Luziânia, para o transporte de passageiros. Desta vez, os interessados na proposta esperam que ela se transforme em realidade. Ontem, um acordo de cooperação técnica para elaboração de um estudo de viabilidade da ferrovia foi formalizado. ;Esse é o primeiro passo efetivo para a implantação;, garantiu Marcelo Dourado, presidente da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), órgão que coordena o grupo técnico à frente do caso.
Por meio do acordo assinado entre Ministério dos Transportes, Ministério da Integração Nacional, Governo do Distrito Federal, governo de Goiás, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), será contratado um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental. O objetivo é promover a adaptação da ferrovia ; que atualmente é utilizada apenas no transporte de cargas nos 75 quilômetros que separam a Rodoferroviária, em Brasília, da cidade goiana de Luziânia, no Entorno ; para a condução de passageiros.
;Esse momento significa uma grande conquista para a implantação efetiva dessa ligação ferroviária entre as duas cidades. Vamos fazer tudo para viabilizar o que for necessário;, destacou o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), presente na solenidade. ;Isso representa a concretização de um sonho. Queremos antecipar o máximo esse cronograma;, reforçou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
A contratação do estudo deve custar entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, recursos destinados por meio de emendas dos representantes do DF no Congresso. As bancadas, aliás, alocaram R$ 120 milhões do Orçamento Geral da União para a adaptação da linha. Uma projeção inicial indica que nem seria necessário um valor tão alto para a viabilização da ferrovia. Técnicos do Ministério dos Transportes, em levantamento preliminar, calculam o custo de R$ 1 milhão por quilômetro, incluindo as adaptações.
A previsão é que a documentação para contratar o estudo esteja pronta em 30 dias. Depois disso, devem ser gastos entre três e quatro meses para elaboração do projeto. A estimativa da Sudeco é que o edital de licitação da obra seja lançado no segundo semestre do próximo ano e que a linha esteja operando em 2013. Ainda não se sabe se a empreitada será feita pelo poder público ou por meio de parceria público-privada.
Rota
Hoje, o trecho é usado pela Ferrovia Centro-Atlântica, que transporteacargas uma vez por dia. Para a adaptação da linha ao deslocamento de passageiros são necessárias a construção de estações, a integração com o Metrô de Brasília (provavelmente no Guará) e a instalação de sete quilômetros de trilhos. A projeção é que as mudanças favoreçam cerca de 500 mil pessoas que vivem no Entorno.
Apesar de ainda não existir um estudo técnico para embasar o projeto, VLTs semelhantes ao que deve ser adquirido têm a capacidade de transportar 1,4 mil pessoas por hora. A ideia é que eles operam especialmente para atender a demanda dos horários de pico. O governador do DF destacou que a rota será um dos principais eixos do desenvolvimento brasileiro em poucos anos. ;Essa ferrovia significa muito não apenas para o DF e Goiás, mas para toda a Região Centro-Oeste. Precisamos nos preparar porque, em 2020, o trecho Brasília-Goiânia contará com 11 milhões de habitantes;, destacou.