Oito dias após ser detido, o policial militar João Dias acabou impedido de entrar no Palácio do Buriti. Ele tentou marcar uma audiência com o governador Agnelo Queiroz, na tarde de ontem, mas recebeu a ordem de um major para que o acompanhasse até o 3; Batalhão da Polícia Militar (Asa Norte). O soldado foi liberado três horas depois, após a chegada de advogados. No último dia 7, Dias havia sido preso ao invadir a Secretaria de Governo, também no Buriti, Ele xingou servidores do GDF, agrediu funcionários e jogou em uma mesa um pacote com R$ 159 mil em dinheiro. Na ocasião, o policial passou a noite em uma ala especial no Complexo Penitenciário da Papuda.
Dias contou, ao deixar o 3; BPM na noite de ontem, que foi detido sem motivo aparente. ;Fui ao Buriti pela porta da frente, para tentar marcar uma audiência com o governador e disseram ;não;. Então, juntou um monte de seguranças perguntando o que estava acontecendo. Depois disso, um major da polícia pediu que eu o acompanhasse, por uma determinação. É perseguição política;, alegou. O encontro, segundo Dias, seria para perguntar se Agnelo sabia da suposta intolerância que vem sofrendo. ;Sofri ameaças, inclusive de morte.;
Para o PM, a prisão do irmão Luís Carlos Oliveira Ferreira, 44 anos, faz parte de uma armação. Daniel acabou detido durante uma blitz da Polícia Militar, na Vila Dnocs, em Sobradinho, na noite de quarta-feira. Os policiais encontraram R$ 5,4 mil e um revólver calibre .22. Segundo Dias, há comprovação da origem do dinheiro. A arma, argumentou, foi plantada.
Aposentadoria
Segundo o corregedor da Polícia Militar, coronel Jahir Lobo Rodrigues, Dias será submetido a uma junta médica hoje, por volta das 8h. Ele acrescentou que os motivos da avaliação psiquiátrica são a agressão a um sargento da corporação na última semana no Buriti e a nova tentativa de entrar na sede do GDF. ;Caso ele esteja doente, poderá ser reformado (aposentado);, informou o corregedor. Dias tirou uma licença médica de 30 dias em 31 de outubro, renovada por mais 90 dias no fim de novembro, alegando problemas psiquiátricos.
Pivô
O policial militar é o delator do escândalo que derrubou o então ministro do Esporte, Orlando Silva, acusado de receber propina.