As últimas denúncias que envolvem o governador Agnelo Queiroz ainda são motivo de debate na Câmara Legislativa. Na tarde de ontem, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) usou a tribuna para atacar o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), que na véspera havia acusado o governador do DF de ter favorecido uma empresa em 2008, quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o petista, que levou ao plenário uma matéria publicada pelo jornal do Espírito Santo (ES) Século Diário, Francischini teria cometido uma série de crimes quando ocupava o cargo de subsecretário de Segurança Pública do Espírito Santo, durante a primeira gestão do ex-governador Paulo Hartung. A reportagem do jornal capixaba, veiculada no dia 22 de outubro de 2009 e intitulada ;Tiroteio, sangue e violência na passagem do agente Fernando Francischini pelo ES;, afirma que ;o agente da Polícia Federal Francischini (...) notabilizou-se como operador do Guardião, equipamento de escuta telefônica cujo uso de maneira ilegal provocou um escândalo de repercussão nacional, atingindo gravemente a liberdade de expressão;. O texto diz ainda que uma das vítimas dos grampos feitos pelo deputado federal foi a Rede Gazeta.
Outra denúncia grave que a publicação traz é sobre o crime de latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, responsável pelo inquérito policial militar aberto para investigar Francischini e o soldado Jailson Ribeiro Soares, também encarregado das investigações. O texto sustenta que Soares ;caminhava à paisana e desarmado, nas proximidades do edifício Palas Center, no Centro de Vitória, quando foi submetido a uma abordagem policial patrocinada pelo então subsecretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e pelos militares estaduais que lhe acompanhavam;. As descrições dos crimes teriam sido retiradas das conclusões do relatório final do inquérito feitas pelo corregedor coronel Jonas de Brito Silva.
De acordo com o deputado Chico Vigilante, a reportagem ajuda a ;desmascarar; a pessoa que está atacando o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. ;Uma pessoa que teria se envolvido em crimes de extermínio, arapongagem e que grampeou até uma TV não pode acusar ninguém de nada;, afirmou o petista.
O pronunciamento de Chico Vigilante foi apoiado por grande parte dos distritais na Câmara. O deputado Raad Massouh (PPL) destacou que não faz sentido a intromissão de um parlamentar de outro estado nas questões políticas do DF. Em evento ontem de manhã no Ministério da Integração, o governador Agnelo voltou a rebater as denúncias. ;Isso é mentira deslavada, descarada, desonesta e sórdida;, afirmou.
"Uma pessoa que teria se envolvido em crimes de extermínio, arapongagem e que grampeou até uma TV não pode acusar ninguém de nada;
Chico Vigilante, deputado distrital pelo PT