Um incêndio destruiu parte de um imóvel na Quadra 103 do Setor Sudoeste na tarde de ontem. O fogo começou por volta das 15h no apartamento 502 do Bloco A. A fumaça rapidamente tomou conta dos andares vizinhos. Os moradores desceram do prédio e aguardaram os bombeiros, que chegaram em poucos minutos. As chamas foram extintas em cerca de 10 minutos, mas o trabalho de rescaldo durou até as 17h. Uma jovem estava no local no momento do incidente, mas ninguém ficou ferido.
As labaredas se limitaram ao escritório do local e não alcançaram outras residências. Segundo os bombeiros, as causas ainda serão apuradas, mas, de acordo com os proprietários do apartamento, o fogo teve início a partir de um curto-circuito na central telefônica da unidade. ;A minha filha estava no computador fazendo um trabalho e viu o fio pegando fogo. Ela chamou o porteiro, mas ele não conseguiu apagar;, contou a dona da residência, a designer de interiores Patrícia Villela, 48 anos.
O porteiro Leonardo Pontes, 21 anos, contou que tentou extinguir as chamas com a ajuda de um extintor químico, mas o equipamento falhou. ;Foi muito rápido e estava tudo coberto de fumaça. Saí chamando os vizinhos e batendo nas portas. Engoli muita fumaça;, contou. A filha de Patrícia, Aline, 21 anos, era a única que estava no apartamento. Depois que o fogo começou a se espalhar, ela desceu do prédio com o cachorro, da raça yorkshire. A gata da família se escondeu durante o incidente e morreu intoxicada.
Medo
Os bombeiros chegaram ao local às 15h14, três minutos depois de receberem a chamada de socorro. Embora o incêndio tenha sido apagado rapidamente, a fumaça que tomou conta dos outros apartamentos preocupou os moradores. ;Vim correndo do escritório. O meu filho estava lá em cima e ninguém sabia. Disseram que tinham tirado todo mundo, mas ele não queria sair do apartamento;, disse a arquiteta Adriana do Vale, 46 anos, que vive no apartamento vizinho ao 502. O filho dela, Luiz Fernando, 11 anos, desceu do edifício depois que a tia chamou a ele e à empregada pelo interfone.
A quantidade de fumaça também assustou a doméstica Terezinha de Jesus Guerreiro Alves, 50 anos. Ela não conseguiu sair do apartamento onde trabalha, no sexto andar, e teve de ser resgatada pelos bombeiros, que a retiraram pela janela, com a ajuda de uma grua. ;As escadas estavam cheias de fumaça. Eu gritava desesperada, o apartamento já estava estalando todo. Para mim, eu já estava desenganada;, contou Terezinha. Ela não sofreu ferimentos.
Foram deslocados 27 militares e oito carros para o local. Segundo o tenente-coronel Marcelo Vieira Pereira, do Corpo de Bombeiros, a condição das mangueiras dificultou o resgate. ;Em cinco minutos, foi localizado o incêndio, e precisamos de mais 10 minutos de combate. Um pouco da demora foi porque pressurizamos a rede de hidrantes, mas algumas mangueiras do prédio estavam furadas. Então, tivemos de substituí-las pelas nossas. Mas a principal dificuldade foi a fumaça;, explicou.
O síndico do prédio, Marcelo Nunes de Souza, ressaltou que os equipamentos de emergência seriam vistoriados no próximo mês. ;O teste das mangueiras é feito todos os anos, nos meses de novembro e de dezembro. Seria feito após a recarga de todos os extintores, que estava em processo;, justificou. Segundo ele, o extintor químico que falhou quando o porteiro tentou apagar o fogo passou por recarga neste ano.