Jornal Correio Braziliense

Cidades

Novas intervenções ocorrem nesta quarta-feira no Eixo Monumental


A segunda intervenção no tráfego do Eixo Monumental, com diferenças em relação ao primeiro dia, não foi capaz de diminuir os transtornos causados aos motoristas no horário de pico da manhã, das 6h30 às 9h. As equipes do Departamento de Trânsito (Detran) aumentaram ontem em 56 segundos o tempo de abertura dos semáforos da Via S1, no trecho entre a Catedral Rainha da Paz e o edifício do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Com isso, quem tentava entrar na pista pela 1; Avenida do Sudoeste e pela Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) enfrentou longos engarrafamentos. Para minimizar os problemas, os agentes do órgão farão hoje novas alterações (veja arte).

O ponto mais crítico, segundo avaliação dos responsáveis técnicos do Detran, foi a Epig. Com o resultado negativo do aumento no tempo de espera dos condutores na via, a direção do órgão decidiu deixar aberto por mais 20 segundos o semáforo do cruzamento com o Eixo Monumental. A mudança ocorrerá entre as 7h40 e as 8h30, período considerado mais crítico. O semáforo da 1; Avenida do Sudoeste, no entanto, continuará abrindo por apenas 27 segundos.

Na Epig, durante os momentos mais críticos, a retenção dos carros começava na altura da SQSW 102 e ia até o semáforo de acesso ao Eixo Monumental. Acostumado a enfrentar congestionamentos diários e a sair de casa com uma hora de antecedência, o motorista Newton Pereira, 27 anos, passa todos os dias pela Epig e relatou ter demorado 30 minutos a mais na viagem. ;A gente fica sem entender o que está acontecendo e essas mudanças pioraram as coisas;, avaliou.

O geólogo Carlos Nogueira, 55 anos, também se irritou com a alteração no acesso do Sudoeste ao Eixo Monumental, na altura do Memorial JK. O engarrafamento ocorreu na 1; Avenida do Sudoeste, ao longo de todo o Setor de Indústrias Gráficas (SIG). ;Ninguém sabia da mudança ontem (segunda-feira). Hoje, as pessoas pensavam que seria a mesma coisa e acabaram encontrando o trânsito novamente diferente. Desse jeito, ninguém vai se acostumar e o problema não será resolvido;, reclamou.

Quem subia o Eixo Monumental pela Via N1 encontrou o retorno do Memorial JK fechado e teve de fazer a manobra somente na altura da Praça do Cruzeiro. A intervenção provocou engarrafamentos no local. Morador do Lago Norte, o servidor público Antônio Aguiar, 49 anos, precisava chegar ao SIG e levou o triplo do tempo para atravessar o trecho. ;Já estava acostumado a passar por aqui. Desde que começaram a fechar o retorno, a situação ficou horrível.;

Efeitos colaterais
A decisão de focar a melhoria no trânsito da Via S1 em detrimento da N1 foi adotada porque a pista tem maior fluxo de veículos no início da manhã. O diretor de Policiamento e Fiscalização do Detran, Nelson Leite, afirmou que era esperado o prejuízo aos condutores vindos do Sudoeste e da Epig. ;Houve um efeito colateral que ocasionou uma retenção maior nas vias secundárias. Mas vamos trabalhar para minimizá-los na Epig;, afirmou.

Placas serão colocadas, segundo Nelson Leite, na altura da Octogonal para orientar os motoristas com destino ao Eixo Monumental a seguirem pelo Parque da Cidade. Quando a melhor alternativa para o trânsito da região for encontrada, o Detran deve entrar na fase de conscientização dos condutores. ;Por enquanto, os testes estão sendo feitos. Depois, será feito o trabalho de campanhas educativas para que as pessoas mudem os trajetos e peguem vias alternativas;, explicou o diretor.

As mudanças feitas desde o início da semana não são suficientes para garantir a melhoria no trânsito da região, na opinião do especialista Artur Morais. Para o mestre e doutorando em transportes pela Universidade de Brasília (UnB), as intervenções no Eixo Monumental podem garantir mais fluidez em um primeiro momento, mas a tendência é de que os problemas voltem a ocorrer com o passar do tempo. ;As pessoas que trafegavam por rotas alternativas vão voltar a usá-lo e a via voltará a ficar problemática;, justificou. ;Esse modelo de mudanças está falido. O problema em Brasília é a quantidade de carros se deslocando ao mesmo tempo para o mesmo local. Um teste que deveria ser feito é a adoção de faixas preferenciais para os ônibus em horário de pico.;

As mudanças no trânsito da Via S1, das 6h30 às 9h, prosseguem até sexta-feira. A mesma medida também ocorrerá na N1, na altura da Rodoviária até a saída da
DF-010, entre os dias 19 e 23, das 17h às 19h30 ; horário de maior movimento. As operações fazem parte do Programa de Intervenção e Fluidez no Trânsito do Detran.

Opinião do internauta
Os leitores do Correio comentam as mudanças no trânsito do Eixo Monumental

Teodoro Vervloet
;Num primeiro momento, melhorou para alguns e talvez tenha piorado para outros, mas acredito que, com ajustes de engenharia necessários, muitos problemas serão resolvidos. Esperamos.;

Guilherme Freitas
;Além dos semáforos que não estão sincronizados (lamentável), por que não melhorar o transporte coletivo? É isso que faz reduzir o trânsito! Será que é muito difícil perceber?;

Eduardo Tanzarella
;Para algumas pessoas pode ter piorado, mas para quem vem de Águas Claras, Taguatinga, etc, melhorou! Antes, o trânsito parava na catedral Rainha da Paz, hoje flui devagar, mas não para como antes.;

Flavio Dias
;Se o Detran tivesse utilizado um simulador de trânsito, teria evitado esse fiasco e desperdício, além de intervir somente onde os resultados fossem satisfatórios.;

Claudio Mourão de Carvalho
;O Detran está dando cabeçada, mas está tentando. O que não entendo é por que não se cria um sistema de transporte público decente, único modo de resolver de uma vez por todas esse problema infernal. E não me digam que é impossível, pois se resolveram o problema dos traficantes no Rio de Janeiro, então esse é fácil.;

Simone Souza
;Só aumentou o congestionamento. Gastava 20 minutos, agora, 40, e olhe que antes o movimento era maior por causa das escolas.;

João Neto
;Ora, a questão é matemática. Se a cada dia aumenta a quantidade de veículos nas ruas e não são feitas novas vias, a tendência lógica é que a situação se agrave cada vez mais. Já que não se pode diminuir o tamanho dos carros, então que se aumente o número de pistas.;