Jornal Correio Braziliense

Cidades

Estudantes em recuperação devem priorizar conteúdos na hora de estudar

Em cada ano que termina, as promessas feitas nos primeiros dias são revistas. No caso dos estudantes, o período de recuperação força essa revisão. Enquanto alguns colegas já aproveitam as férias, outros têm as aulas estendidas por não terem conseguido alcançar o mínimo exigido para seguir no fluxo da etapa de ensino.

;No começo do ano, eu não estava me importando muito. Só no fim mesmo é que eu tentei correr atrás, mas aí já não deu mais tempo;, admitiu a estudante Yohanna Back. Yohanna, estudante do 2; ano do ensino médio do Galois, ficou em quatro disciplinas: matemática, física, geografia e biologia. ;São muitas fichas de exercícios pra fazer para o dia seguinte;, diz. Mas a jovem garante estar estudando com afinco nesses dias.

O diretor pedagógico do colégio, Angel Pietro, adverte: ;Não é possível voltar a todos os detalhes. A dinâmica é diferente. Os professores de cada matéria procuram adaptar o conteúdo e priorizar aquilo que é mais importante e vai ser pré-requisito para o próximo ano;, explica. De acordo com ele, no ensino fundamental, português e matemática têm mais incidência de estudantes abaixo da média, enquanto no ensino médio as disciplinas de matemática e física são as que apresentam maior índice de dificuldade geral para os alunos.

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Método
Mesmo assim, alguns especialistas, como a professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB) Regina Pedroza, acreditam que o método não é eficiente. ;Não acho que a recuperação surte efeito. Não do modo como é feita nas escolas. Se o aluno não aprendeu em um ano, é difícil que o faça em alguns dias de forma corrida e compacta;, analisa. Para ela, tanto escola quanto família devem estar atentas ao processo educacional durante cada etapa de ensino.

;O problema é que não existe uma avaliação constante, para avaliar o aprendizado a cada momento. Sem contar que é sempre frustrante para quem não consegue acompanhar a turma e perde uma parte das férias. É massacrante porque a pressão é grande, de todos os lados;, detalha a educadora. Rafael Novak, 16 anos, cursa o 1; ano no Centro de Ensino Médio Setor Leste e afirma ter grande dificuldade em algumas disciplinas. ;Mesmo que o professor explique bem, tenho problemas em biologia, espanhol.; Além disso, o rapaz assume não ter sido um aluno exemplar durante o ano.

O estudante também negligenciou disciplinas de que gosta, como matemática, mas diz que agora pretende organizar uma rotina de estudos. ;Faço os deveres e, se tenho alguma dúvida, trago para o professor. Percebi que foi um grande erro. Vou ter que me esforçar mais;, conclui. Para Marina, mãe do rapaz, a recuperação foi uma surpresa. ;Ele sempre foi de tirar 9 ou 10. Acho que também tem relação com a adolescência. Ele mudou de escola, está descobrindo novas amizades, mas brincou muito esse ano mesmo.;

Colega de Rafael, Jimmy Lima, 15 anos, considera que o erro foi acreditar que entendia o suficiente das disciplinas. ;Me garanti demais. Não conseguia prestar atenção, desviava muito do foco. Mas talvez aqui eu consiga recuperar o tempo perdido e isso vai refletir até no futuro;, afirma.

Em ambos os casos, a supervisora pedagógica da escola, Maria das Graças Silveira, observa que a participação da família no dia a dia escolar é fundamental: ;A gente percebe que quando os pais estão presentes o aluno consegue se recuperar bem;. Ela acredita que o tempo é curto para o aprendizado, mas o estudante deve se esforçar para compreender o conteúdo. Ou, como resume o professor Angel Pietro: ;Sabe aquela promessa de que no próximo ano vai ser diferente? Tem que ser cumprida;.

Dicas importantes
; Seguir à risca o roteiro que cada professor define para não se perder. Ter direcionamento para os estudos

; Ter dedicação e realizar todas as listas de exercícios e trabalhos que cada professor pedir

; Realizar todas as tarefas sozinho. Mesmo que peça ajuda aos pais ou professor particular, que eles sejam apenas ferramenta, apoio
para o aprendizado

; Compreender a lógica dos conteúdos. Jamais decorar.