Jornal Correio Braziliense

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Governo e Adasa estudam implantação de sistema de gás canalizado

O Governo do Distrito Federal (GDF) assinou hoje convênio com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), com o objetivo de implantar o sistema de gás canalizado em Brasília. O acordo de cooperação técnica dá início aos estudos necessários para levar o combustível a casas e empresas do DF. A estrutura subterrânea deve começar a sair do papel em 2015, quando as primeiras residências e empresas devem ter acesso direto ao Gás Natural Liquefeito (GNL).

A parceria ainda deve estipular regras para regulamentar a distribuição do combustível gasoso no DF. A concessão pertence atualmente à CEBGás, mas os termos são precários e nunca foram colocados em prática. O convênio de cooperação prevê a publicação de um regulamento que irá preencher essa lacuna, além do treinamento de pessoal para trabalhar no projeto.

O governador Agnelo Queiroz previu que o acordo deve ajudar o DF na disputa nacional por novas empresas e indústrias para Brasília. ;Acho que esse convênio vai nos ajudar muito a tratar de uma matriz energética praticamente ainda não utilizada na capital do Brasil.; Segundo ele, os brasilienses vão desfrutar gradativamente do combustível. ;Temos a oportunidade de pegar um novo bairro desse que está em construção, como o Noroeste, por exemplo.;

Atualmente, o abastecimento de gás é feito em Brasília exclusivamente por empresas particulares, em botijões ou caminhões. O modelo canalizado pode aumentar significativamente o consumo de gás na capital, além de baixar o preço do combustível. Enquanto na Região Sudeste são consumidos 32 milhões de metros cúbicos do GNL por dia, o Centro-Oeste consome apenas 300 mil metros cúbicos. Em Brasília há apenas dois postos que fornecem o produto para uso veicular.

Atualmente, quase todo o gás consumido em Brasília vem em carretas do depósito de Paulínia (SP). Mas, conforme a ANP, há possibilidades de Brasília desfrutar da reserva do pré-sal com a instalação dos gasodutos subterrâneos. ;Vamos ter dificuldade de usar esse gás e de trazê-lo até aqui. Mas vamos analisar as perspectivas e abraçar as soluções de curto prazo para o problema;, disse o diretor-geral da ANP, Haroldo Borges.

Graças à regulamentação da Lei n; 11.909, de 2009, conhecida como Lei do Gás, na última sexta-feira, a instalação do novo sistema de distribuição poderá ser custeada por recursos públicos ou privados. O convênio assinado ontem não prevê valores de investimentos, mas a mudança deve baratear os custos dos gasodutos. ;Imaginamos que há interesse do setor privado em vir para cá, porque a demanda existe. Temos de acelerar esse processo. Quem ganhar a licitação, seja privado ou estatal, vai explorar o serviço;, avaliou Vinícius Benevides, diretor presidente da Adasa.