A chuva forte no Lago Oeste e a demora para guinchar um ônibus estragado no Eixão Norte causaram dois acidentes e uma morte. A vítima foi o ajudante-geral José Jucineudo de Lima, 35 anos, atropelado na noite da última quarta-feira na DF-001 em frente à Rua 13 do Lago Oeste. O acidente ocorreu por volta das 20h30 e, em princípio, o motorista fugiu sem prestar socorro. Uma placa encontrada ao lado do carro do atropelador ajudou a polícia a localizar o culpado, que se apresentou no fim da tarde de ontem e acabou liberado após o pagamento de fiança.
Moradores encontraram o corpo do ajudante-geral ainda na noite de quarta-feira. Ele estava sem documentos. De acordo com Maria do Socorro Ramos, 44 anos, Jucineudo não morava na região e nenhum vizinho próximo o conhecia. ;De manhã, era só o comentário porque ninguém sabia quem era ele;, disse a moradora. Segundo ela, a rodovia tem constantes acidentes porque é preciso atravessá-la para chegar à parada de ônibus. ;Os carros vêm em alta velocidade e é muito perigoso, por isso tem tantas cruzes espalhadas por aqui;, contou. O corpo de Jucineudo estava em frente ao ponto de ônibus.
A 35; Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) investiga o atropelamento. Segundo o delegado adjunto Paulo Francisco Soares, a placa foi essencial. Por meio dela, os agentes descobriram que o veículo envolvido era uma caminhonete F-250 de uma empresa. Dessa forma, os policiais localizaram o dono, que apontou o filho de 22 anos como o motorista da caminhonete na hora do acidente. O pai disse que o filho e um amigo tinham ido cavalgar na chácara da família. Sabendo das investigações, o rapaz se apresentou à polícia no fim da tarde de ontem. A Polícia Civil não divulgou o nome dele.
Em depoimento, o rapaz afirmou que chovia muito e, quando percebeu, tinha atropelado algo. De início, não percebeu que era um corpo humano. Mesmo assim, decidiu parar e contou com a ajuda de um terceiro motorista que passava pela estrada. Segundo o rapaz, a Polícia Militar foi acionada e o liberou. Portanto, ele não teria fugido sem prestar socorro. ;Precisamos localizar esse outro condutor, ouvir a PM e ter em mãos os laudos da perícia para concluirmos a investigação;, disse o delegado.
O motorista responderá por homicídio culposo (sem a intenção de matar) com detenção de 2 a 4 anos. A pena pode ser aumentada se ficar provado que ele deixou de prestar socorro à vítima. O patrão de Jucineudo, Amadeu Roberto da Costa, 70 anos, também foi ouvido pela polícia e afirmou que o ajudante bebia excessivamente. À polícia, ele afirmou que a vítima estava embriagada na noite da tragédia.
Quebrado
No Eixão Norte, na altura da Quadra 102, um ônibus da viação Rápido Brasília, do Grupo Amaral, parado por pane elétrica, causou uma colisão entre uma moto e um carro, por volta das 15h30 de ontem. O motociclista José Sérgio Coelho de Oliveira, 47 anos, e a mulher tiveram escoriações leves e foram encaminhados ao Hospital Regional da Asa Norte. A motorista do Chevrolet Ágile, Timandra Kimberly Benneti, 28 anos, não sofreu nenhum ferimento e o carro teve pequenos arranhões.
De acordo com Timandra, o condutor do carro da frente não tinha percebido que ônibus estava parado. Por isso, o outro motorista precisou frear bruscamente. Nisso, ele conseguiu jogar o carro para a outra faixa. Ela não. ;Freei e quando percebi, a moto tinha batido no carro e o motociclista tinha se desequilibrado;, contou.
Segundo testemunhas, o ônibus estava no Eixão desde as 10h30. O motorista do ônibus, Vilmar Teixeira, contou que enquanto esperava o apoio técnico, ouviu diversas freadas. Por fim, escutou o som da colisão do Ágile com uma moto Honda. O ônibus ficou por cinco horas na pista porque o serviço de socorro não conseguiu fazer o veículo funcionar e o guincho foi acionado, ainda de acordo com o rodoviário. O responsável pela área operacional do Grupo Amaral, Antônio Galdino, afirmou que a seção só soube do carro quebrado às 13h52 e agiu o mais rápido possível para que ele fosse retirado. Porém, por conta da perícia do acidente, o ônibus ficou na pista até as 18h30.