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Chegada de mais um tipo de Aedes aegypti põe Distrito Federal em alerta

Os moradores do Distrito Federal estão ameaçados por mais um tipo de mosquito da dengue. O sorotipo 4 do Aedes aegypti foi encontrado em Goiás, e o coordenador-geral do Programa de Prevenção e Controle da Dengue da Secretaria de Saúde do DF, Ailton Domício, admitiu que é uma questão de tempo até o inseto chegar à capital do país. Até agora, duas pessoas foram diagnosticadas com o vírus, uma em Aparecida de Goiânia e outra em Goiânia. Domício explicou que o hospedeiro circulou no país em 1982, em Boa Vista (RR), e apareceu outra vez, em 2010, na mesma cidade. ;Com a capacidade de circulação de pessoas e de cargas, o quarto vírus se espalhou. Isso nos coloca em estado de alerta.;

Segundo ele, o novo tipo não tem maior ou menor intensidade do que os demais, assim como as manifestações clínicas se revelam semelhantes. No entanto, a probabilidade de mais casos serem registrados é maior, pois o sorotipo nunca circulou na capital do país.

Os brasilienses devem redobrar os cuidados com a chegada das chuvas (leia arte). Para evitar o aumento na quantidade de vítimas ; de janeiro a novembro do ano passado, houve 12.421 ;, a Secretaria de Saúde iniciou no último sábado a terceira semana de prevenção. O órgão mobilizou os 737 agentes de Vigilância Ambiental para orientar os moradores de Samambaia, de São Sebastião, do Paranoá, do Itapoã, da Estrutural, de Ceilândia e do Plano Piloto a combater os focos do Aedes aegypti e explicar os sintomas da enfermidade.

Domício, também coordenador do programa de prevenção brasiliense, explicou que, nos 11 primeiros meses de 2011, foram confirmados 1.457 casos no DF. Desse total, 889 foram contraídos internamente e outros 568 acabaram importados. ;Estamos em uma situação melhor do que no ano passado, mas a nossa meta é atingir padrões encontrados em 2009, quando apenas 426 pacientes foram diagnosticados com o vírus da dengue de janeiro a novembro;, detalhou.

Os moradores da Estrutural começaram a ser orientados pelos agentes de Vigilância Ambiental na última segunda-feira. A dona de casa Aleciane da Silva, 27 anos, recebeu a equipe da Secretaria da Saúde, que encontrou alguns possíveis pontos de foco do mosquito. Ela foi incentivada a retirar de casa pedaços de madeira e de canos, pois podem acumular água. ;Tenho o cuidado de deixar viradas latas e garrafas. Tenho medo da dengue e não quero ficar doente. Vou prestar mais atenção dentro de casa;, disse.

Entorno vulnerável

Ana Pompeu


De 19 municípios do Entorno, cinco estão classificados como de alto risco pelo número de casos de dengue notificados em 2011. Luziânia lidera o ranking na região. É a segunda cidade de Goiás com a maior incidência da doença (1.941 casos a cada 100 mil habitantes), com 8,7% do total de vítimas no estado vizinho ao DF. Houve quatro mortes. Santo Antônio do Descoberto e Alexânia tiveram uma cada, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde goiana.

De janeiro até 12 de novembro, foram notificadas 24 mortes ligadas à dengue em Goiás, uma a mais do que os dados divulgados até 5 de novembro. A redução no número de casos é de 63,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, 84 municípios goianos têm alto risco de epidemia. Em 2010, Goiás enfrentou a pior crise por causa da doença em 10 anos.

Segundo o secretário de Saúde de Luziânia, Felipe Alves Cesário, a alta incidência na cidade em relação às outras pode significar subnotificação. ;Como no Entorno todos os municípios são encostados um no outro, é difícil que aqui tenha mais casos que nos outros. Nós notificamos toda suspeita de dengue;, disse. Cesário marcará na próxima semana uma reunião emergencial sobre a chegada de um novo tipo de mosquito Aedes aegypti à região. Segundo ele, a região mais crítica é o Jardim Ingá.

Para a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Goiás, Tânia da Silva Vaz, Luziânia pecou por negligenciar as visitas aos domicílios. ;O ideal é que pelo menos 60% dos imóveis sejam visitados. Até agosto, o município atingiu o número, mas, a partir de setembro, 35% desse valor deixou de ser visitado;, alertou Tânia.