O serviço de inteligência das polícias Civil e Militar vai monitorar e impedir todas as festas irregulares realizadas no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. A decisão foi anunciada na manhã de ontem, em reunião entre representantes de segurança pública, da direção do parque e da Agência de Fiscalização (Agefis). No último sábado, um encontro de adolescentes e adultos, regado a muita bebida alcoólica e som alto, reuniu cerca de mil pessoas no Estacionamento 11 e só foi dispersado após a chegada da polícia. Eventos nos espaços são permitidos, de acordo com a administração, mas os organizadores precisam enviar um pedido à direção do local e o projeto da festa.
Na reunião de ontem, o administrador do parque, Paulo Dubois, informou que os eventos irregulares há pelo menos 15 anos. ;Eram cerca de 16 por mês. Este ano, não estamos permitindo eventos sem autorização, que atraem criminalidade. Festas noturnas que aterrorizam o parque não existem mais. Não somos contrários a esses encontros, mas eles devem ser realizados com responsabilidade;, explicou Dubois. Para evitar novas aglomerações, policiais vão se infiltrar em redes sociais e utilizar o serviço de inteligência para fazer o monitoramento. ;Nosso intuito é combater e coibir as festas, antes mesmo que elas aconteçam. Vamos monitorar as organizações, mas não podemos dar detalhes desse trabalho, para não preparar as pessoas;, informou o major Marcelo Casimiro, do 1; Batalhão de Polícia Militar.
De acordo com o delegado-chefe adjunto da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), Johnson Kenedy, se as pessoas descumprirem as recomendações e insistirem na realização de festas não autorizadas poderão ser punidas criminalmente. ;No caso dos adolescentes, os pais podem ser responsabilizados;, avisou o delegado. A Agefis também vai trabalhar com a polícia e com a administração do parque. Os organizadores de festas irregulares poderão ser multados em até R$ 10 mil. Ambulantes ilegais que se instalarem nos eventos terão as mercadorias apreendidas.
Exigência
Para realizar eventos no Parque da Cidade, é necessário enviar um ofício à administração do parque, com as especificações do esquema de segurança, da estrutura física, dos brigadistas dos horários entre outras. Se o pedido for aprovado pela direção do parque, ele será enviado à Administração Regional de Brasília, responsável por autorizar a festa. Os organizadores devem encaminhar a solicitação 15 dias antes da realização do encontro.
De acordo com Paulo Dubois, as pessoas costumam seguir para o parque após outras festas, a fim de continuar o consumo de bebidas alcoólicas. ;Vamos trabalhar para não deixar que esses eventos aconteçam. É possível coibir, apesar de os organizadores serem muito rápidos;, acrescentou o major Casimiro. A determinação de fechar os 13 estacionamentos a partir das 22h, em vigor desde fevereiro último, está mantida. O intuito é evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e drogas e a prática de sexo nas áreas públicas.
Durante a semana, passam pelo Parque da Cidade cerca de 40 mil pessoas por dia. Aos sábados, esse número para 60 mil e, aos domingos, chega a 80 mil, entre usuários e transeuntes.
A volta das correntes
Desde 3 de fevereiro, todos os 13 estacionamentos do Parque da Cidade permanecem fechados durante a noite. A medida foi adotada pela administração do local no intuito de coibir festas regadas a bebida, drogas e sexo que ocorriam de forma recorrente nessas áreas. Os eventos foram motivos constantes de reclamações por parte dos frequentadores e moradores da Asa Sul e do Sudoeste que vivem em quadras próximas ao local. Na maioria dos espaços, as correntes para impedir a entrada de veículos estavam fora de uso desde o governo passado. De acordo com o administrador do Parque, Paulo Dubois, a recuperação das correntes foi o primeiro passo para diminuir as festas. Os estacionamentos ficam fechados das 22h às 6h30.