Jornal Correio Braziliense

Cidades

Empresários apostam que as vendas de Natal serão superiores as de 2010


Com Papai Noel sorrindo nas vitrines, as lojas se preparam para o Natal. Apesar da crise econômica mundial ter assustado os consumidores este ano, o comércio varejista do Distrito Federal está otimista. A estimativa de aumento nas vendas caiu praticamente pela metade, mas se manteve em alta: 6,32% contra 11,16% em 2010. O preço médio do presente, preveem os empresários, saltou para R$ 180,30, quase R$ 50 a mais do que no ano passado. Os números são de levantamento do Instituto Fecomércio feito com 150 lojistas de oito segmentos.

Entre os entrevistados, mais da metade (52%) espera elevar o faturamento em 2011. Outros 40% acreditam em igual desempenho e 8% não apostam em ganho real. Mesmo entre os pessimistas, o Natal é aguardado com expectativa. A data considerada mais importante do varejo força estratégias para movimentar os corredores e impulsionar as vendas: 90% dos comerciantes farão alguma coisa na tentativa de fisgar clientes, sejam promoções (32,1%), decorações de vitrines (14,9%) ou propagandas (14,5%). Os shoppings investiram milhões em decoração e sortearão carros e brindes.

Medidas do governo federal, principalmente o aumento da taxa de juros, frearam o ímpeto consumidor dos brasilienses ao longo do ano. Mas o presidente do Sistema Fecomércio-DF, Adelmir Santana, mantém a esperança de que a capital federal continue menos suscetível aos impactos negativos de qualquer crise. ;Por aqui, não houve aumento do desemprego nem queda na renda das famílias;, observa Santana. ;Acreditamos que, apesar de uma certa apreensão entre os empresários, teremos resultados positivos.;

Estratégias
Faz parte da estratégia dos lojistas divulgar números otimistas relacionados às vendas. Segundo a pesquisa, os mais esperançosos este ano são os donos de lojas de brinquedos e de vestuário. Eles têm a expectativa de que o incremento médio será de 12,50% e 9,12%, respectivamente. Quanto aos estoques, 42,67% dos entrevistados reforçaram as prateleiras mais do que em 2010. Em média, os comerciantes devem aumentar as reservas de produtos em 9,49%. As encomendas, negociadas em julho e agosto, terminarão de ser entregues na primeira quinzena de dezembro.

Pelo menos três vezes por semana, caixas lotadas de produtos chegam a uma loja de roupas femininas, inaugurada em agosto deste ano em um shopping na Asa Norte. À espera de bons resultados no primeiro Natal da unidade, a gerente Patrícia Hamu contratou quatro pessoas para reforçar a equipe. ;Fala-se muito em crise, mas por enquanto não fomos atingidos por ela. Pelo contrário. Mesmo quem está apertado dá um jeito de presentear no Natal;, comenta. Cada uma das camisas da marca varia entre R$ 250 e R$ 600.

Em uma loja de brinquedos no mesmo centro comercial, um batalhão de 16 funcionários ; seis a mais do que o normal ; corre contra o tempo para ajeitar as prateleiras. Mais 5 mil itens são esperados até 10 dezembro. O diretor comercial do estabelecimento, Teilon César Ivo, aposta em um gasto médio de pelo menos R$ 350 por cliente, o dobro do registrado no Dia das Crianças deste ano. ;A meninada vive o mundo mágico do Natal. Os pais sabem quem não podem quebrar esse encanto;, diz Ivo. Em 2010, às vésperas do Natal, clientes fizeram fila na porta da loja.

Valores
Confira o preço médio de presente por segmento, segundo a pesquisa do Instituto Fecomércio: móveis e decoração (R$ 598), instrumentos musicais (R$ 98,41), cine-foto-som (R$ 71,62), calçados (R$ 66), brinquedos (R$ 59,20), lojas de departamento (R$ 52,41), vestuário (R$ 47,64) e lojas de utilidades domésticas (R$ 11,16).