A rivalidade entre as duas facções criminosas de Brazlândia continua fazendo vítimas. Por volta das 20h do último domingo (20/11), duas jovens foram baleadas diversas vezes após serem atraídas para uma emboscada na DF-445 Norte, na região conhecida como Rodeador. Chayene Lauany da Silva, 20 anos, morreu na hora. A outra vítima, de 18 anos, levou oito tiros e se fingiu de morta por pelo menos 12 horas, até ser socorrida, na manhã desta segunda-feira, por um caminhoneiro que passava pelo local. Ela segue internada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), mas o estado de saúde dela, segundo a polícia, é estável. Dois jovens, de 15 e 17 anos, suspeitos de participação no homicídio e na tentativa foram apreendidos no Setor Veredas. A polícia procura por outros dois comparsas maiores de idade.
O adolescente mais velho namorava Chayene. Aos policiais, o rapaz disse que desconfiou que a companheira estivesse armando a morte dele junto com integrantes da gangue do Setor Assentamento. De acordo com o delegado-chefe adjunto da 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia), Fernando Cocito, os suspeitos chamaram as vítimas para um passeio e a levaram até o local ermo. No lugar, o jovem de 15 anos descarregou uma pistola .380. "A intenção deles era levar as garotas mais para o meio da plantação de pinheiros, mas elas tentaram correr. Eles também pretendiam enterrá-las, mas ficaram com medo de alguém passar e ver a movimentação", afirmou o delegado.
Segundo os investigadores, os quatro suspeitos e as duas vítimas foram até o local do crime no mesmo carro. O veículo ainda não foi identificado. A garota que sobreviveu foi ouvida informalmente no hospital. "Ela narrou os fatos com riqueza de detalhes e nos indicou os criminosos. Conseguimos resgatar dois e agora faltam os outros dois", contou o delegado Cocito. Os menores já foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente. Os primeiros socorros para a sobrevivente foram feitos no Hospital Regional de Brazlândia, depois ela foi transferida para o HBDF. Ela teve as duas pernas quebradas, mas não corre risco de morte.
Familiares de Chayene, que preferiram não se identificar, informaram que a jovem trabalhava como manicure e deixou um filho de dois anos. "Elas duas eram muito amigas e gostavam de sair juntas. Trouxeram elas para esse lugar isolado com a intenção de matar mesmo", lamentou um dos irmãos da garota.