Funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia realizaram uma manifestação nesta segunda-feira (21/11). Enfermeiros e técnicos de algumas áreas protestam contra a troca de administração da unidade, que, a partir de agora, será comandada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além disso, eles criticam a falta de médicos no local.
Os servidores informaram que trabalharam hoje dois médicos (um clínico geral e um odontólogo). De acordo com eles, o ideal seria se atuassem três clínicos, três pediatras, um traumatologista e um odontólogo. Durante a manhã, somente os casos de emergência (mais graves) foram atendidos.
Inaugurada em fevereiro, a unidade de Samambaia realizou cerca de 70 mil atendimentos. Atualmente, trabalham mais de 300 profissionais, divididos em três turnos, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, setores administrativos e outros.
De acordo com o secretário adjunto de Saúde, Elias Fernando Niziara, que esteve no local, enquanto problemas administrativos nao forem resolvidos, outras UPAs não serão inauguradas. "A mudança de gestão é para juntar o serviço móvel com o fixo de urgência", disse. Segundo ele, novos médicos atuarão na unidade até sexta-feira (25/11).
Na sexta-feira (18/11), o Samu se tornou responsável pela gestão das UPAs de Samambaia, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e São Sebastião. A decisão foi anunciada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES).
A pasta informou, por meio de nota, que o Samu tem capacidade administrativa para organizar as unidades. O projeto tem o objetivo de construir um novo modelo de gestão para o setor e avaliar a possibilidade de unir os serviços móveis e fixos em uma mesma gerência. A secretaria admitiu que a UPA de Samambaia enfrenta dificuldades operacionais com a internação dos pacientes e o Samu com a inexistência de condições de prontos-socorros da rede pública.
Os servidores lotados na UPA de Samambaia irão permanecer na própria unidade, recebendo apoio de parte dos novos 1.157 contratados.
Confira na íntegra a nota enviada pela Secretaria de Saúde
"A propósito da transferência da administração das Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), a SES-DF esclarece:
1- O SAMU, a exemplo das UPAs, é uma unidade gerencial da própria SES,com recursos humanos e materiais pertencentes aos quadros do GDF;
2- O SAMU, a exemplo da UPA ; Samambaia, vem enfrentando dificuldades operacionais quando da necessidade de internação de pacientes por ele atendidos. Com relativa frequência é noticiada a inexistência de condições de Prontos-socorros da Rede Pública em receber enfermos transferidos pelo SAMU;
3- O SAMU detém capacidade administrativa na organização da assistência de urgência móvel. Como projeto piloto, visando construir um novo modelo de gestão para o setor, a SES-DF, de forma pioneira, busca com esta medida avaliar a possibilidade de unir em uma mesma gerência, os serviços móveis e fixos para aprimorar o atendimento à população do DF;
4- Os servidores lotados na UPA-Samambaia poderão permanecer,
acrescidos de outros, do quadro próprio da SES, que manifestaram
interesse ou venham a fazê-lo. Caso necessário, o atendimento será garantido com o pagamento de horas extraordinárias.
5- No momento, a SES-DF paga 11.296 horas-extras apenas para a UPA- Samambaia, além dos 181 servidores lotados, do quadro estatutário;
6- Com a contratação autorizada de 1.157 novos servidores, parte deles deverá ser lotada nesta unidade, garantindo seu pleno funcionamento e reduzindo drasticamente o serviço extraordinário;
7- Ressalta-se desta maneira que tal medida garante a prestação de serviço pelo órgão público. Recorde-se que o SAMU, como projeto do Governo Federal, tem no serviço do DF um reconhecido modelo de eficiência para o País;
8- Por fim, a SES-DF reitera seu compromisso de melhorar e garantir atendimento à população do DF, nos moldes preconizados pelo SUS, buscando sempre aumentar na medida do necessário e do possível os espaços de atenção. Repudia-se assim veementemente, qualquer proposta de fechamento de unidades de saúde, tão indispensáveis, como percebe a população."
Com informações de Thais Paranhos