A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) teve o quarto melhor rendimento entre todos os cursos de medicina do país no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), feito pelos alunos. A ESCS atingiu 4,48 na avaliação do Ministério da Educação (MEC), o que, segundo a metodologia do órgão de arredondamento de notas, coloca o curso entre os que atingiram o conceito máximo. O índice varia de 1 a 5.
A segunda colocada no Distrito Federal foi a Universidade de Brasília (UnB), com 3,84. A Universidade Católica de Brasília garantiu 2,11 e as Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) alcançaram 1,91. No Conceito Preliminar de Curso (CPC), que leva em consideração a nota do Enade, a infraestrutura, o corpo docente e o projeto pedagógico, UnB e ESCS obtiveram média 4, enquanto a Católica e a Faciplac ficaram com 3. O CPC também oscila entre 1 e 5.
Esta é a terceira vez que a faculdade do GDF participa do exame. Em todas as edições, a instituição obteve a nota máxima. Para o coordenador do curso de medicina da ESCS, Paulo Roberto Silva, o resultado é animador. ;A manutenção dessa nota máxima também é muito positiva;, considera.
Em vez de aulas tradicionais, a Faculdade de Medicina do GDF utiliza um método de aprendizagem baseado na solução de problemas. Ao se depararem com determinada situação, os alunos precisam identificar o conteúdo que já dominam sobre o assunto, o que precisam estudar e, com orientação dos professores, determinar a estratégia para resolver a questão.
Em relação ao CPC, o coordenador do curso de medicina diz que os critérios utilizados pelo ministério são incompatíveis com as características da faculdade. O conceito leva em conta critérios como carga horária dos professores. O corpo de docentes da ESCS é composto por médicos que atuam em hospitais públicos e, por isso, têm carga horária de 20 horas semanais. ;Os critérios definidos pelo MEC funcionam bem para as instituições acadêmicas. Como não estamos ligados à universidade e sim à rede hospitalar do DF, provavelmente nunca teremos a nota máxima nesse quesito;, ressalta Paulo Roberto.
Sem surpresas
Humberto Lucena Pereira da Fonseca, 34 anos, formou-se na ESCS e fez o Enade em 2010. Para ele, que hoje é médico residente no Hospital Regional de Sobradinho, o bom resultado da instituição não é surpresa. ;Isso vem se repetindo ao longo dos anos, e fico feliz com o desempenho, mas não me surpreende;, relata. Lucena acredita que a nota é mais uma prova da efetividade do projeto pedagógico utilizado pela instituição. ;Outras faculdades no Brasil adotaram esse modelo, que é muito bom para a formação de um médico comprometido com o paciente e os problemas da saúde pública.;
Lucena afirma que a prova feita por ele no ano passado foi bem elaborada. ;Cobraram itens como redação e relacionamento com o paciente. Uma prova excessivamente técnica, que só exige as questões médicas, deixa de avaliar uma parte muito importante, que é a formação humana;, aponta.
Para o representante dos estudantes graduados pela ESCS, Leonardo Esteves Ramos, a avaliação que a faculdade recebeu elimina as dúvidas sobre a eficácia da metodologia adotada. ;O fato de a faculdade ter tirado três vezes a nota máxima no Enade é inquestionável;, salienta.